São Paulo, segunda-feira, 18 de julho de 1994
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Tecnologia eletrônica cria novas possibilidades

GABRIEL BASTOS JUNIOR
DO ENVIADO A CAMPOS DO JORDÃO

Quem acha que música erudita só serve para instrumentos acústicos de estilo antigo está, no mínimo, desatualizado.
Com o tema deste ano –"A Música do Século 20"– o 25º Festival de Inverno abriga um estúdio e um curso de composição de música eletroacústica.
Entrando no estúdio, dá para se imaginar o ensaio de um grupo de techno ou dance music. Tem computador, mesa de som, sampler e sintetizadores.
"Mas uma coisa não tem nada a ver com a outra", avisa Antônio Tavares Ribeiro, 23, bolsista.
A utilização da eletrônica na música erudita começou na década de 50. A idéia é transformar timbres (sonoridades características de cada instrumento ou voz) para gerar novos sons para serem usados em uma composição.
"Com a eletrônica e os computadores, o leque de possibilidades é bem diferente", diz Mário César Valério, 23.
Mário faz o tipo "erudito moderno". De rabo-de-cavalo, grava jingles e dá aula de violão para garotos que só querem tocar Guns N'Roses.
"No início dou força. Com o tempo acabo mostrando para eles como a música erudita é legal", conta. "É só uma questão de conhecimento, ninguém gosta de porcaria."
Pedro Kroger Jr., 19, veio de Salvador (BA), onde estuda composição. Pianista, seu gosto musical vai de blues a candomblé, passando por ritmos folclóricos nordestinos.
Assim como os colegas de classe, ele tem consciência da responsabilidade da nova geração de músicos eruditos. "No Brasil não temos público, espaço, nada. Temos que criar tudo."

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