São Paulo, terça-feira, 19 de julho de 1994
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SP reforça segurança em entidades judaicas

DA REPORTAGEM LOCALE DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

A Secretaria da Segurança Pública vai reforçar o policiamento em 15 entidades da comunidade judaica de São Paulo por causa do atentado contra a Amia (Associação Mutual Israelita Argentina).
Entre as entidades estão o clube A Hebraica, a CIP (Congregação Israelita Paulista) e a sinagoga Mekor Haim, em Higienópolis (região central da cidade).
A decisão foi tomada ontem à tarde, após o secretário da Segurança Pública, Odyr Porto, 67, se reunir com o presidente da Fisesp (Federação Israelita do Estado de São Paulo), Israel Isser Levin, 59.
Porto disse que ainda não foram definidos a organização da operação e o número de homens que serão empregados. Dela deverão participar as polícias Civil e Militar.
"Embora nunca tenha acontecido um atentado desses no Brasil, nosso objetivo, ao pedir reforço de policiamento, é o da prevenção e o de tranquilizar a comunidade", disse Levin. Em São Paulo, segundo a Fisesp, vivem cerca de 100 mil brasileiros de origem judaica.
O Itamaraty divulgou nota expressando "profunda consternação e tristeza" com o atentado. "O governo e o povo brasileiros, neste doloroso momento, se solidarizam com a irmã nação argentina, cuja sociedade foi profundamente traumatizada por esse brutal ato de terrorismo, que repudiamos com indignação e firmeza", diz a nota.
A representação da OLP (Organização para a Libertação da Palestina) na Argentina condenou o atentado. "Desejamos que este lamentável incidente não caia no silêncio da impunidade", diz um comunicado da organização.
O presidente argentino, Carlos Menem, telefonou para o primeiro-ministro de Israel, Yitzhak Rabin, para expressar seu pesar.
O premiê disse que Israel vai perseguir os autores do atentado até que eles sejam apanhados.
O ministro israelense da Saúde, Efrahim Sneh, acusou o governo do Irã de envolvimento na ação. Segundo ele, "a pista por este segundo atentado em dois anos na capital argentina aponta para o Irã e seus aliados".
Em Washington, um porta voz do governo dos EUA disse que "o que aconteceu nos lembra que ainda há inimigos da paz no mundo todo, e não só no Oriente Médio".
A polícia do Chile anunciou que as sedes de organizações judaicas no país estão sob esquema especial de segurança há 20 dias por causa do temor de ataques terroristas.
O Uruguai também reforçou a segurança nas entidades judaicas.
Em Nova York, o Conselho Mundial Judaico recomendou precauções especiais às organizações judaicas em todo o mundo.

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