São Paulo, quarta-feira, 20 de julho de 1994
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200 mil recebem jogadores em Brasília

WILLIAM FRANÇA; SILVANA DE FREITAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Pelo menos 200 mil pessoas acompanharam ontem à noite a recepção à seleção brasileira na Praça dos Três Poderes, em Brasília.
Segundo a Polícia Militar, foi a maior concentração já registrada em frente ao Palácio do Planalto.
Meia hora antes de a seleção chegar à praça, mais de 250 pessoas tinham sido atendidas pelos bombeiros, principalmente por desmaios. Três torcedores foram internados no Hospital de Base com problemas de hipertensão.
Tanto a Polícia Militar quanto o Corpo de Bombeiros só irão divulgar o balanço total das ocorrências hoje. Houve um atropelamento, sem vítima. Nenhuma morte foi registrada.
Apesar do início da cerimônia de condecoração dos jogadores estar prevista para as 18h30 e do apelo do Planalto para que as pessoas não chegassem antes das 14h, os primeiros torcedores começaram a chegar ainda às 8h.
Às 15h30, quando a seleção ainda embarcava em Recife, 15 mil pessoas já aguardavam na Praça dos Três Poderes.
Uma hora e meia depois, a polícia começou a ter dificuldade para conter a multidão quando um alambrado caiu. Houve alguns feridos leves.
Às 17h, o público havia invadido o estacionamento lateral e "ilhado" o Planalto. Por causa disso, foram colocadas cordas em volta do palácio, mas que não impediram o acesso dos torcedores.
O calor (24,7 graus) e a umidade de 36% no ar provocaram inúmeros desmaios.
O atraso da cerimônia, provocado pela demora em Recife, favoreceu a concentração e transformou a praça em uma área de festa.
Um trio elétrico patrocinado pela Caixa Econômica Federal e pela cervejaria Brahma se encarregou de animar os torcedores, num primeiro momento. Com a aglomeração, passou a pedir calma.
Quando a seleção estava a menos de dois quilômetros do Planalto, a multidão já tinha tomado conta de quatro das seis pistas que passam em frente ao Palácio.
A decretação de ponto facultativo nas repartições públicas ajudou a mobilizar a população da cidade. No Planalto, Itamar deu o exemplo: o presidente foi para o palácio às 17h20.
Parlatório
Muita gente se espremia em frente ao parlatório por saber que os jogadores iriam mostrar a taça daquele ponto.
Anteontem, funcionários da limpeza do Palácio do Planalto fizeram uma faxina no local, apararam a grama e lavaram as áreas externas em volta do palácio.
O ex-presidente Fernando Collor fez amplo uso da rampa e discursou no parlatório, durante sua posse, em 1990. O papa João Paulo 2º também fez discurso no local, em 1980.
Além de Collor, Juscelino Kubitschek foi ao parlatório, em 1960, para a cerimônia de inauguração de Brasília. Jânio o ocupou, no ano seguinte, na sua posse.

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