São Paulo, quinta-feira, 21 de julho de 1994
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Hizbollah nega envolvimento e Israel ataca

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O Hizbollah (partido de Deus) negou ontem ter qualquer ligação com o atentado em Buenos Aires.
A organização libanesa xiita pró-Irã reagiu à acusação feita anteontem pelo governo israelense falando da "história negra" de Israel contra os árabes e palestinos.
Em comunicado divulgado publicamente em Beirute, o Hizbollah diz que a acusação do premiê israelense Yitzhak Rabin "não surpreendeu ninguém".
Rabin ligou a explosão na capital argentina ao grupo, dizendo que o Hizbollah havia prometido se vingar em alguma parte do mundo contra um ataque do Exército israelense.
Uma base de treinamento do Hizbollah no vale do Bekaa, no Líbano, foi atacada em 2 de junho e 26 recrutas foram mortos.
Ontem, Israel voltou a atacar o Líbano. Dois aviões lançaram mísseis contra posições do Hizbollah em Iqlim al Toufah, ao sul de Beirute. Não há informe de vítimas.
O governo israelense diz que essas bases são usadas pelo Hizbollah para atacar a zona de segurança estabelecida no sul do Líbano.
O ataque de ontem foi o 24º de Israel contra o território libanês neste ano. Antes do ataque aéreo, peças de artilharia de Israel na autoproclamada zona de segurança atiraram contra Iqlim al Toufah.
O Hizbollah disse em Beirute que "acusações fabricadas e ameaças vazias não mudarão a realidade da ocupação israelense no sul do Líbano". O grupo prometeu continuar lutando contra Israel até a liberação "do último grão de nossa areia sagrada".
O líder espiritual do Irã Ali Khamenei criticou Israel pela acusação de Rabin de que seu país estaria por trás do atentado a bomba em Buenos Aires.
"Congregando grupos de judeus com antecedentes de assassinato, roubo e vandalismo de todas as partes do mundo, o regime sionista criou uma entidade sob o nome de Israel que só entende a lógica do terror e dos crimes", disse Khamenei em discurso oficial.

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