São Paulo, quinta-feira, 21 de julho de 1994
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Apostou, perdeu

O enxugamento da liquidez realizado pelo Banco Central colocou em situação delicada algumas instituições financeiras de pequeno porte. Erraram os que fizeram apostas muito arriscadas esperando grandes ganhos.
Depois da liquidação extrajudicial, na semana passada, da distribuidora CR 500, do Rio de Janeiro, problemas de falta de liquidez continuaram em algumas pequenas instituições, culminando na liquidação do grupo Garavelo, ontem.
As más aplicações dessas instituições ficaram mais evidentes a partir do lançamento do real, quando o governo elevou para 100% o recolhimento compulsório sobre os depósitos à vista. Desse modo, a rede bancária passou a ter de depositar no Banco Central o total dos saldos em contas correntes.
Com isso, os bancos, de um lado, perderam o rendimento dado pela aplicação dos recursos dos depósitos à vista de seus correntistas, que ficava à disposição das instituições bancárias sem qualquer custo. E, por outro, diminuiu a liquidez do sistema financeiro, pois esse dinheiro não mais está disponível.
Para a esmagadora maioria das instituições, o enxugamento da liquidez não chega a preocupar. Mas as pequenas organizações que se viram recentemente em dificuldades operavam em grande parte com base nesses recursos.
A nova realidade de uma moeda estável e de uma política monetária mais rígida traz desafios para todos. Mas os recentes episódios com essas poucas empresas financeiras menores não justificam maior preocupação. São apenas consequência de apostas erradas de uns poucos operadores.

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