São Paulo, sexta-feira, 22 de julho de 1994
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Guerra por votos deixa SP suja

DA REPORTAGEM LOCAL

Faltando 74 dias do primeiro turno das eleições gerais, a guerra pelo voto está criando a "propaganda cebola" nas avenidas de São Paulo.
Postes, muros e pilares de viadutos já estão cobertos por camadas e camadas de cartazes de candidatos. Nos pontos mais disputados, já há mais de 20 cartazes sobrepostos.
A Justiça Eleitoral proíbe pichações e cartazes de candidatos em prédios públicos.
Nos pilares do elevado Costa e Silva (Minhocão), a sujeira eleitoral cria mensagens jamais imaginadas pelos candidatos.
A sobreposição de cartazes pode confundir o eleitor.
A foto de Alda Marco Antonio, candidata a deputada federal pelo PMDB, está rodeada por cartazes de uma "nova Biroska". Na verdade, a "nova Biroska" é uma boate que não tem nada a ver com a candidata.
A mesma confusão pode ser feita com dois candidatos ao governo do Estado: Barros Munhoz (PMDB) e Francisco Rossi (PDT).
Na praça Marechal Deodoro, imagens de Munhoz estão logo acima da palavra "sexy", nome de uma revista.
Fotos de Rossi, na rua Amaral Gurgel, estão juntas a frases como "Troféu Ronald Biggs" e "Aluga-se Namorado" (nome de uma peça teatral).
A sujeira eleitoral já provoca reações da sociedade. Até anteontem, a Justiça tinha recebido 35 representações de eleitores revoltados com as pichações e colagens.
Nas zonas sul e leste, a desconhecida gangue "Os Morféticos" reivindica a autoria de vários "atentados" antieleitorais.
O grupo resolveu combater os "porcolinos" alterando o conteúdo das pichações.
Na avenida Radial Leste, a mensagem "Quércia Vem Aí" virou "Cuidado: Quércia Vem Aí". Fernando Silveira, o candidato campeão de reclamações na Justiça Eleitoral, é "Fernando Sujeira" em um muro do Brás.

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