São Paulo, sexta-feira, 22 de julho de 1994
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'País não dá condições aos pais'

Reportagem Local
"Seria ingênuo de nossa parte imaginar que os diagnósticos nos diversos centros de medicina fetal instalados no país são fornecidos aos casais para depois dizer: 'Parabéns, o ultra-som identificou que o seu feto tem ausência de dois rins, é rigorosamente inviável, mas nós não podemos fazer nada. Não é isso que acontece", afirmou o médico Thomaz Gollop.
Segundo ele, o país não dá condições para que os pais de filhos com deficiência tenham uma vida normal. Segundo ele, nem mesmo os convênios de saúde garantem atendimento a pessoas com deficiência.
"Nos países de Primeiro Mundo, o Estado arca com todos os ônus de uma criança deficiente. Nos de Terceiro Mundo, esse ônus recai inteiramente sobre a família", disse.
O juiz do Trabalho Heitor Roberto Tommassini, pai de uma criança portadora de Síndrome de Down, afirma que sua vida mudou após o nascimento do filho.
"A minha experiência é rica como pai de um excepcional poque tivemos condição de minorar nosso problema", disse.
"A partir do momento que minha mulher teve uma criança lesada, as atenções vão para a criança deficiente. Tivemos dois filhos que antecederam o deficiente. Apesar da família estar solidária, você perde muito a companheira."

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