São Paulo, sexta-feira, 22 de julho de 1994
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'Brasil gasta muito com aborto'

DA REPORTAGEM LOCAL

A representante do Ministério da Saúde no debate, Zilda Neumann, da Coordenação Materno-Infantil, defendeu o planejamento familiar e o acompanhamento médico durante a gravidez como formas de evitar o aborto, a quarta causa de morte materna no país.
Citando dados do IBGE, a coordenadora afirmou que, de 85 a 89, foram 2,45 milhões as gestações interrompidas no Brasil. "Quem mais pratica aborto são as famílias que ganham de 1 a 2 salários mínimos."
A taxa de fecundidade no Brasil em 60, segundo esse dados, era de seis filhos por mulher e, em 91, três filhos. "Quem tem mais filhos são os que têm menor renda e estudo, por isso o ministério escolheu como ponto alvo de seu programa de natalidade a família", disse.
Segundo Zilda, de todas as mulheres que fazem a prevenção de filhos no país, a maioria opta pela laqueadura, com 44,4%. As pílulas vêm em segundo, com 41%.
"O Brasil teve, em 93, 301.304 casos de aborto e gastou 2, 442 milhões de dólares", disse. "O país gasta muito com aborto."
Ela afirma que a democratização do acesso à saúde, ao aleitamento materno, a recursos para criar os filhos, são "obrigações da sociedade, que deve se organizar e lutar por esses direitos."

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