São Paulo, sexta-feira, 22 de julho de 1994
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Produtores de laranja entram com ação na SDE

DA REPORTAGEM LOCAL

Produtores de laranja pedem o fim do que eles consideram cartel formado por indústrias de suco, baseado na Lei Antitruste.
A Associtrus (Associação Brasileira de Citricultores) e a Aciesp (Associação dos Citricultores do Estado de São Paulo) entram com uma representação na Secretaria de Direito Econômico, em Brasília, contra 12 indústrias de suco.
Pedro Dutra, 43, advogado do escritório de advocacia Miguel Reale Jr., que representa os produtores, diz que o processo pede que seja implantada a livre concorrência no setor produtor de laranja. O segundo ponto reivindica um fim ao "processo acelerado de verticalização das indústrias de suco".
Segundo Leonardo Kossoy, 50, diretor-secretário da Aciesp, os produtores não tem mais condições de enfrentar o cartel.
Essa manipulação acaba por levar a uma perda de US$ 100 milhões a US$ 200 milhões por ano no faturamento dos produtores do Estado de São Paulo –responsável por 95% da produção do país.
As indústrias citadas no processo são: Cutrale, Citrosuco, Cambuí, Frutesp, Cargill, Bacitrus, Branco Peres, Central Citrus, Montecitrus, Citrovita, Royalcitrus e Citropectina.
Outro lado
Roberto D'Andrea, 59, vice-presidente da Abecitrus (Associação Brasileira dos Exportadores de Cítricos), disse que, se houver processo na SDE, os produtores de suco irão apresentar defesa.
Com exceção da Central Citrus e Royal Citrus, as dez restantes produtoras de suco citadas na representação dos produtores de laranja são associadas da entidade.
D'Andrea nega a formação de cartel. "A formação de preços existe por contrato a pedido dos produtores, negociado em 1985".

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