São Paulo, sábado, 23 de julho de 1994 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Tucano desagrada assessores na televisão
FERNANDO DE BARROS E SILVA
A avaliação dos assessores é de que o tucano não soube aproveitar o momento favorável de sua candidatura. Em vez de tratar de seu programa de governo, falou em demasia sobre as dificuldades que enfrentou enquanto ministro e gastou tempo para justificar suas alianças, tema que estava apagado pelo impacto do real na campanha. Durante o intervalo do programa, o advogado Miguel Reale Jr., um dos assessores que acompanhavam FHC, disse em voz alta: "meia hora de programa e ele não falou nada de nada sobre plano de governo. Ficou só no passado". FHC foi pouco convincente na defesa de seu vice, o senador Guilhereme Palmeira (PFL-AL). "Quando você faz alianças não dá para estar vetando todo mundo. O senador Palmeira foi indicado pelo PFL e teve apoio de setores do PSDB", disse o tucano. Sua performance contrastou com a do senador Esperidião Amin, candidato à Presidência pelo PPR, entrevistado pelo programa antes do tucano. Eufórico, Amin deixou o estúdio do "Roda Viva" dizendo: "Bati nele. Acho que hoje eu peguei o Fernando de jeito e comecei minha campanha". Amin privilegiou os ataques ao governo e às supostas incoerências de FHC, deixando claro que Lula não é mais seu alvo preferido. O senador do PPR irritou os asessores de FHC quando fez uma piada sobre a frase "esqueçam tudo o que escrevi", que o tucano voltou a dizer no "Roda Viva" nunca ter saído de sua boca. "Uma professora uma vez me disse que nós políticos tínhamos duas caras. Respondi então a ela: 'minha senhora, se eu tivesse duas caras, iria usar logo essa'. Continuo usando a mesma cara e quero que tudo o que escrevi seja lido. Não revogo nada", disse Amin. Texto Anterior: Palmeira reclama do atraso do apoio do PP Próximo Texto: Procuradoria vai examinar agenda de secretária da empreiteira Sérvia Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |