São Paulo, sábado, 23 de julho de 1994
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SP ganha rodovia a 3 dias da eleição

LUIZ CARLOS DUARTE
DA REPORTAGEM LOCAL

Em ritmo acelerado, 7.000 homens trabalham para concluir a rodovia Governador Carvalho Pinto até o próximo dia 30 de setembro.
A nova estrada, construída pelo governo estadual, ligará a rodovia dos Trabalhadores, na altura do município de Guararema (75 km a leste da capital), até Taubaté (134 km a nordeste da capital), no Vale do Paraíba (veja quadro abaixo).
Se tudo correr bem, a nova obra, no plano político, será entregue com três vícios típicos que um empreendimento desse porte exibe na realidade brasileira:
1 - O custo inicial de US$ 360 milhões, estimado em 1990, saltou para US$ 870 milhões, um aumento de 140%; o Ministério Público abriu inquérito e investiga a possibilidade de superfaturamento.
2 - Prevista para ser concluída em 1992, a obra será entregue com dois anos de atraso.
3 - A rodovia será inaugurada às vésperas de uma supereleição.
Já no plano técnico, a estrada é apontada como a mais moderna e segura do país. Traz inovações e melhorias aplicadas sobre os mesmos padrões usados nas rodovias Trabalhadores, Dom Pedro 1º (Campinas-Jacareí) e Imigrantes (São Paulo-Baixada Santista).
"É um grande elenco de soluções de engenharia", diz Paulo Sérgio Sá e Souza Pacheco, 44, diretor do Dersa (Desenvolvimento Rodoviário S.A.), empresa responsável pela construção da rodovia.
Em seus 72,6 km de extensão, ela terá sete ligações com outras estradas. As mais importantes são a Trabalhadores, Dom Pedro 1º (Campinas-Jacareí), Tamoios (São José dos Campos-Caraguatatuba) e a Presidente Dutra (SP-Rio).
Vai se constituir também em uma alternativa a um dos mais saturados trechos da Dutra, entre Jacareí e São José dos Campos, respectivamente a 68 km e 97 km de São Paulo. A nova estrada tem um traçado paralelo à Dutra, a uma distância média de 7 km.
Estima-se que dos 60 mil veículos que trafegam diariamente pela via Dutra naquela região, 40% passem a utilizar a Carvalho Pinto (25 mil carros/dia). Ela foi projetada, porém, para absorver o fluxo de tráfego estimado para o ano de 2010 (48 mil carros/dia).
Segundo Pacheco, a vantagem estará na fluidez e na segurança do trânsito, já que a rodovia garante ao motorista uma velocidade constante de 100 km/h dentro dos padrões de segurança, com longas retas e curvas suaves.
Assim, sem passar pela Dutra, estima-se que uma viagem até Ubatuba ou Caraguatatuba, no litoral norte, terá sua duração reduzida meia hora em média.

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