São Paulo, sábado, 23 de julho de 1994
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Tarifas públicas sobem mais que inflação

MARCOS CÉZARI
DA REPORTAGEM LOCAL

As tarifas e serviços públicos federais, estaduais e municipais tiveram reajustes bem acima da inflação nos últimos 12 meses terminados em junho.
Levantamento de preços feito pelo Procon mostra que entre 14 tipos de tarifas e serviços, apenas três tiveram reajustes abaixo da inflação medida pelo IGP-M (Índice Geral de Preços do Mercado) da FGV (ver quadro ao lado).
A tarifa que mais subiu nos últimos 12 meses (julho/93 a junho/94) foi o bilhete de trem de subúrbio da CBTU, atual CBTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos).
O reajuste foi de 9.130,77%, com aumento real de 86,3% em relação à inflação do período (4.852,8%). Somente em junho a alta foi de 103,39%, contra 45,21% do IGP-M. No semestre o aumento é de 700%, inferior à inflação (732,26%).
Segundo a assessoria de comunicação social da CBTM, o aumento é elevado nos últimos 12 meses e em junho devido à recuperação tarifária.
Apesar do aumento, a assessoria informou que as tarifas não cobrem os custos, pois a empresa continua deficitária. Hoje, o preço da passagem é de R$ 0,50 –a mesma dos ônibus urbanos.
A segunda maior alta em 12 meses é a do pedágio da Dersa, com 7.050%, ou 44,3% acima da inflação. O departamento financeiro da Dersa contesta o Procon e diz que o aumento foi de 4.964,03%.
A divergência está na forma de cálculo. A Dersa informa que o preço do pedágio era de CR$ 140 mil em julho/93 (neste caso, o aumento é de 5.007,14%).
O Procom fez os cálculos com base no preço de 30/6/93, que era de CR$ 100 mil, resultando no aumento de 7.050% (o pedágio custa R$ 2,60, ou CR$ 7.150,00).
O aumento em 94 é de 744,08% segundo a Dersa. Para o Procon o aumento no ano é de 1.091,67%.

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