São Paulo, sábado, 23 de julho de 1994
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Empresas da Garavelo requerem concordata

DA REPORTAGEM LOCAL

As empresas Garavelo Hyundai Comercial e Garavelo Imóveis pediram concordata ontem na 40ª e na 38ª Varas Cíveis, respectivamente, de São Paulo. Elas fazem parte do Grupo Garavelo.
O banco e a administradora de consórcios do grupo foram liquidadas extrajudicialmente pelo Banco Central (BC) na última quarta-feira.
A liquidação extrajudicial pode demorar 120 dias. A informação foi dada ontem por José Roberto Skupien, o liquidante nomeado pelo BC.
Os 14,6 mil consorciados e os 5.000 correntistas do banco vão ter que esperar quatro meses para receber o dinheiro de volta.
Segundo Skupien, delegado-adjunto aposentado do BC, é possível pedir uma prorrogação de 60 dias do prazo de liquidação normal, que é de 60 dias. No caso da Garavelo, ele começou o trabalho na quarta-feira e ontem ainda cuidava das primeiras providências.
Ele terá que levantar os bens da Garavelo que podem ser vendidos e o total da dívida. Skupien disse que nem o presidente da empresa, Luiz Antonio Garavelo, nem o advogado da Garavelo, Valdir de Vasconcelos Jr. tinham entrado em contato com ele até ontem.
Skupien afirmou que os primeiros credores a receber serão os 90 funcionários do banco e os 50 do consórcio, seguidos pelos orgãos de arrecadação do governo. Por último, correntistas e consorciados.
Segundo João Rodrigues, presidente da Associação de Defesa dos Consumidores Consorciados, quem não recebeu o bem vai ter que esperar até cinco anos para ver a cor do dinheiro.
Procon
O Procon de São Paulo atendeu nos últimos dois dias consorciados da Garavelo.
"Estamos recomendando às pessoas que entrem em contato com o liquidante", diz Pérola Gonçalves, supervisora de assuntos financeiros.
Nos últimos dois anos, o consórcio Garavelo esteve entre os campeões de reclamações, a maior parte por causa da não-entrega dos bens sorteados.
No ínicio deste ano, a empresa constava da lista dos consórcios com maior número de queixas.
Pérola Gonçalves recomenda que o consorciado participe das assembléias do grupo para evitar "surpresas". Segundo ela, "se há atraso na entrega de bens é porque existe algum problema".
Muito cedo
Egídio Módolo, presidente da Abac (Associação Brasileira das Administradoras de Consórcio), diz que é "muito cedo" para saber se os consorciados da Garavelo conseguirão recuperar o dinheiro investido. Ele recomenda aguardar as decisões do BC.
"Há uma diferença entre os recursos do grupo e os recursos da administradora do consórcio. O dinheiro do grupo não é usado para pagar, em primeiro lugar, dívidas com a União e obrigações trabalhistas, como foi dito. Isso só acontece com os recursos da empresa", afirma Módolo.

Colaborou a Folha da Tarde

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