São Paulo, sábado, 23 de julho de 1994 |
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Processo agora é mais rigoroso
FERNANDO CANZIAN
Todos os 1.200 passam por uma entrevista e cerca de 25% são chamados para um segundo encontro com agentes da Imigração. No final, os "green cards" acabam sendo negados para 200 deles (16%). Até 1986, a Imigração acreditava que mais de 30% dos casamentos com estrangeiros nos EUA eram forjados. Na época, o Congresso aprovou uma nova lei que passou a conceder aos estrangeiros um "green card" válido por apenas dois anos. Depois disso, os casais têm que passar por uma nova entrevista com agentes da Imigração. O rigor das entrevistas para descobrir casamentos falsos também aumentou drasticamente. Os questionários por escrito foram substituídos por entrevistas pessoais e alguns agentes chegam a seguir casais para averiguar se estão mesmo se relacionando. As perguntas incluem desde a cor do pijama que o marido ou a mulher usou na noite anterior ao nome de remédios. Um dos maiores problemas para a Imigração é que muitos casais declaram que estão casados, mas que resolveram viver em casas separadas –o que não é ilegal ou incomum. A estratégia acaba limitando o efeito das entrevistas. A Imigração acredita que a nova lei e o maior rigor nas entrevistas restringiram os casamentos falsos, mas acha impossível fechar completamente o cerco e evitar a ação de empresas como a Third World. Em casos de fraude, geralmente o estrangeiro acaba sendo deportado para seu país de origem. O "cônjuge" americano paga multas e pode ser processado. O advogado Moisés Apsan, que trabalha há 11 anos com a legalização da situação de brasileiros em Nova York, não recomenda o casamento como a melhor forma de obter o green card. Na sua avaliação, o melhor caminho é arrumar um emprego na mesma área em que a pessoa atuava no Brasil e trocar o visto de turista por um de trabalho. (FCz) Texto Anterior: EUA fecham agência para ilegais Próximo Texto: Caldera desafia o Congresso e suspende garantias novamente Índice |
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