São Paulo, domingo, 24 de julho de 1994
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Programas estão atrasados

CLÁUDIA TREVISAN
DA REPORTAGEM LOCAL

A produção da maioria dos programas do horário eleitoral na TV está atrasada. A principal causa foi a demora do TSE em definir a participação de convidados.
A nove dias do início do horário eleitoral, nenhum dos principais candidatos tem pronto um piloto (modelo) dos programas.
O PT, por exemplo, pretendia ter produzido o piloto até o dia 15 de julho, o que não foi possível.
"Só vamos fazer a gravação com poucos dias de antecedência do horário eleitoral", diz Marcus Sokol, secretário de comunicação do partido.
O programa de TV de Fernando Henrique Cardoso (PSDB) também está atrasado.
"Está tudo paralisado, porque não se tem definição da legislação eleitoral", disse Geraldo Walter na quarta-feira, um dia antes de o TSE proibir a participação de convidados. Walter é responsável pelo horário eleitoral de FHC.
"De todas as campanhas que fiz, esta é a que está começando mais tarde", observa Chico Santa Rita, que fará os programas de TV de Orestes Quércia (PMDB).
O piloto do programa de Quércia será gravado em aproximadamente oito dias. Em condições normais, ele já estaria quase pronto, diz Santa Rita.
Esperidião Amin (PPR) é um dos únicos candidatos que está com o cronograma em dia. Nelson Biondi, responsável pela campanha de Amin, começou a gravar o piloto na quinta-feira.
O presidenciável do PDT, Leonel Brizola, pretende gravar seus programas pouco antes de sua entrada no ar. O pedetista quer aproveitar os fatos políticos recentes.
Brizola se considera beneficiado pela proibição de convidados, cenas externas e efeitos eletrônicos na TV, pois acha seu discurso muito superior aos demais candidatos.
Para driblar a proibição do uso de cenas externas, pretende levar maquete de um Ciep para os estúdios. A defesa de implantação dos Cieps (escola de turno único) é uma das principais bandeiras da campanha de Brizola.
Por enquanto, os responsáveis pelos programas de TV analisam pesquisas sobre seus candidatos e adversários e pensam nos detalhes do horário eleitoral.
O PT, por exemplo, faz estudos sobre o timbre de voz de Lula para saber como o candidato deve falar nos programas.
A maioria dos publicitários se debruça sobre pesquisas qualitativas para definir a estratégia dos programas. Elas indicam os pontos fortes dos candidatos e suas qualidades aos olhos do eleitor.
Pesquisas qualitativas sobre os programas serão usadas durante todo o horário eleitoral pelos candidatos que terão mais tempo na TV.
Os resultados permitirão ajustes nas estratégias traçadas inicialmente. O PT, PPR e PL são alguns dos partidos que farão pesquisas de grupo para identificar a reação aos programas.

Colaborou a Sucursal do Rio

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