São Paulo, domingo, 24 de julho de 1994
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Hidrelétrica perderá potência

FÁBIO GUIBU
DA AGÊNCIA FOLHA, EM RECIFE

A transposição das águas do rio São Francisco vai reduzir a quantidade de energia gerada pela Chesf (Companhia Hidrelétrica do São Francisco).
A informação é do chefe de gabinete da presidência da empresa, Mozart Siqueira.
Segundo ele, para cada mil litros de água retirados por segundo do rio, 2,6 megawatts deixarão de ser produzidos.
Essa quantidade de energia é suficiente para abastecer uma comunidade com cerca de 10 mil habitantes, disse.
O projeto prevê a captação de 70 mil litros de água por segundo na primeira etapa da obra e 260 mil litros numa segunda fase.
No ponto previsto de captação, em Cabrobó (PE), o rio São Francisco tem vazão média de 2,8 milhões de litros por segundo.
Além de reduzir a produção da Chesf, a transposição implicará também um consumo extra de energia, afirmou Siqueira.
Segundo ele, 1,8 megawatt seria consumido para bombear a água a uma altura de 160 metros, como prevê o projeto.
Sem essa operação, a água não terá como escoar aos canais artificiais e chegar ao semi-árido.
O estudo da Chesf sobre impacto da transposição na geração de energia já foi enviado ao governo.
"Não somos contra a obra. Só queremos evitar interferência no planejamento estratégico da empresa", afirmou Siqueira.
A companhia considera necessário que o governo compense as perdas, apesar de afirmar que pode abastecer o Nordeste até 2002.
Para Siqueira, essa compensação poderia vir por meio da construção de uma usina de 200 megawatts no rio Jequitinhonha (BA).
O secretário-executivo do projeto de transposição, Vilar de Queiroz, disse que a perda de energia "será pequena".
Para ele, a retirada de cerca de 70 mil litros de água por segundo "é pouco para afetar as usinas".
A Chesf capta energia do rio São Francisco por meio das hidrelétricas de Itaparica, Paulo Afonso e Xingó. A companhia abastece toda a região Nordeste, com exceção do Maranhão.

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