São Paulo, domingo, 24 de julho de 1994
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Ônibus terá que ser adaptado

AURELIANO BIANCARELLI
DA REPORTAGEM LOCAL

Se depender de normas e leis, a vida do deficiente vai ser menos sofrida em grandes centros como São Paulo. Uma lei municipal aprovada há dez dias exige que cada linha de ônibus tenha um veículo adaptado para a entrada de cadeira de roda.
É ainda muito para os cerca de 200 mil portadores de deficiência física da cidade. O novo Código de Obras que está para ser aprovado na Câmara Municipal traz algumas esperanças novas.
Exige, por exemplo, que escolas públicas e privadas com mais de 500 metros quadrados tenham salas acessíveis.
Bares, restaurantes, teatros e cinemas para mais de 600 pessoas devem ter banheiros adaptados e acesso para cadeira de rodas. As leis anteriores falavam apenas nos prédios que seriam construídos. Nem os hospitais, públicos e privados, se preocuparam com isso.
"Muitas empresas só agora estão procurando se adaptar à legislação", diz Silvana Serafino Cambiagh, arquiteta do CVI, Centro de Vida Integral.
A ABNT, Associação Brasileira de Normas Técnicas, também está revisando a norma 9.050 de 1985, que trata da adequação das edificações e do mobiliário urbano à pessoa portadora de deficiência.
As novas normas devem ser aprovadas em agosto. Elas sugerem, por exemplo, que as calçadas tenham uma faixa de pelo menos um metro de largura desimpedida e de cor e textura diferentes.
A ABNT não tem força de lei, mas costuma ser adotada por muitas prefeituras.
O CVI promete cobrar o cumprimento das leis. Está preparando uma relação dos locais públicos onde os deficientes não têm acesso. Alguns estabelecimentos podem perder clientela, outros serão acionados na Justiça, dizem os diretores da entidade.
(AB)

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