São Paulo, terça-feira, 26 de julho de 1994 |
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Fogo ameaça matas e fazendas em SP
LUIZ MALAVOLTA
Pelo menos 58 milhões de hectares, espalhados por 420 municípios paulistas, estão na área de risco de incêndios. O levantamento foi feito por Maurício Lima Verde Guimarães, diretor da Faesp (Federação da Agricultura do Estado de São Paulo). Segundo ele, a vegetação seca "é combustível puro". Além dos danos que o fogo causa à fertilidade do solo, os incêndios colocam em risco as cidades do interior e provocam acidentes nas estradas. A estiagem já alcança 35 dias em algumas regiões do Estado, segundo o Instituto de Pesquisas Meteorológicas. O Corpo de Bombeiros de Bauru tem atendido em média 20 casos de incêndios em matas por dia desde o começo de julho. "Há dias em que registramos cinco ou seis ocorrências ao mesmo tempo", diz o capitão José Ferreira. O coordenador da Defesa Civil na região de Bauru, Álvaro de Brito, 38, diz que os municípios foram colocados em "estado de alerta" por causa das queimadas. "Por enquanto não houve vítimas, mas os prejuízos à agropecuária são grandes", diz Brito. Segundo ele, não é exercício de ficção a possibilidade de ocorrer em São Paulo o que houve no último verão na Califórnia (EUA), com o fogo atingindo cidades e destruindo tudo. Os incêndios começam nas pastagens, que foram destruídas pelas geadas. Dos pastos, o fogo se alastra para matas e plantações. Guimarães diz que na semana passada teve de isolar sua fazenda, em Bauru, que corria risco por causa de uma queimada nas proximidades. O fogo destruiu mais de cem alqueires em uma propriedade vizinha. Texto Anterior: Chuvas não conseguem melhorar reserva hídrica Próximo Texto: Queimada tem de ser notificada Índice |
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