São Paulo, terça-feira, 26 de julho de 1994
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Arraes afasta possibilidade de racha

DA REPORTAGEM LOCAL E DA AGÊNCIA FOLHA, EM RECIFE

O ex-governador Miguel Arraes (PE), presidente e político mais influente do PSB, concorda com a saída do senador José Paulo Bisol (PSB) da chapa de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Embora publicamente mantenha-se favorável ao vice de Lula, Arraes acha que o caso deve ser resolvido o mais rápido possível, para evitar mais desgastes.
Para o presidente do PSB, a manutenção do senador trouxe prejuízos para Lula. O principal fator de desgaste teria sido a queda no ritmo da campanha e o desânimo entre os militantes.
A saída de Bisol, segundo o ex-governador, não é motivo suficiente para resultar em crise entre os partidos que compõem a Frente Brasil Popular (PT, PSB, PPS, PC do B, PSTU e PV).
Os representantes destes partidos têm encontro marcado para hoje, em São Paulo, quando pretendem resolver esse caso.
Arraes, que controla politicamente o partido, tem confidenciado aos seus amigos que o partido não pode resolver de forma "sentimental" o episódio Bisol.
A solução, segundo o ex-governador, deve ser puramente política.
Ontem à tarde, em Recife, pouco antes de a cúpula do PT decidir, em São Paulo, pela saída do senador, Arraes disse que a posição oficial do PSB é pela manutenção do vice de Lula.
Arraes, no entanto, afirmou que não será ele nem seu partido que definirá a questão e sim a Frente Brasil Popular.
Arraes avalia que a decisão sobre a permanência ou não de Bisol está muito demorada.
O ex-governador de Pernambuco acha que o nome do substituto do senador, caso a frente resolva afastá-lo, deve ser anunciado em 24 horas.
O deputado reconheceu que, com as denúncias contra Bisol, a campanha presidencial de Lula caiu de ritmo.
Para Arraes, no entanto, os prejuízos provocados não são irreparáveis e podem ser recuperados.
Sobre o eventual substituto de Bisol, Arraes disse que se houver a renúncia, qualquer partido da frente poderá indicar o substituto.
Um dos nomes cotados para o cargo, o presidente nacional do PPS, deputado Roberto Freire, já disse que não vai aceitar um eventual convite.
Freire é candidato favorito ao Senado, em Pernambuco, e também alega questões éticas, por ser um dos maiores defensores da renúncia de Bisol.

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