São Paulo, terça-feira, 26 de julho de 1994 |
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Estuprada tenta exame por 12 h e não consegue
ANDRÉ MUGGIATI
M. registrou queixa no 93º DP, no Jaguaré. De acordo com a sua versão, foi então levada ao Hospital Universitário, da USP, para exames. Lá, teria sido informada de que o hospital não faz esse tipo de exame. Retornou à delegacia. Segundo ela, foi enviada então para o IML (Instituto Médico Legal) do Jaguaré (zona Oeste). Chegando lá, ela teria recebido a informação de que o exame só poderia ser feito no IML central. Exausta, 12 horas após o estupro, ela desistiu do exame. A. estava com seu namorado em uma praça no Jaguaré (zona oeste), quando três homens, um deles provavelmente armado, dominaram o casal e a estupraram. O namorado conseguiu fugir e chamou a polícia, que chegou quando os os estupradores já haviam ido embora. Há apenas duas unidades do IML que fazem o exame de "sexologia forense", importante como prova de estupro, na cidade: na rua Teodoro Sampaio (Pinheiros) e no Pátio do Colégio (centro). Nos finais de semana, apenas o IML do centro faz esse exame. De acordo com Francisco Claro, diretor do IML, não há como fazer o exame em outros pontos da cidade. "Há poucos legistas especializados no assunto", diz. Apesar de as delegacias da mulher existirem desde 85, sua estrutura para atendimento de vítimas de estupro é precária, segundo Maria Teresa Augusti, diretora do Conselho Estadual da Condição Feminina, ligado à Secretaria de Governo do Estado. São Paulo conta hoje com dez delegacias da mulher. Apenas uma (no Pátio do Colégio) funciona à noite e nos finais de semana. Segundo Maria Teresa, está sendo criado o Grupo Gestor da Política Estadual de Prevenção e Combate à Violência Contra a Mulher. O objetivo do grupo é melhorar o preparo dos profissionais das delegacias que não são especializadas, aumentar o período de atendimento das delegacias da mulher e ampliar os serviços do IML. Texto Anterior: "Só deixo a França com minha filha" Próximo Texto: Só escolas municipais voltam às aulas em SP Índice |
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