São Paulo, terça-feira, 26 de julho de 1994
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Embratel negocia compra de satélite

ELVIRA LOBATO
DA REPORTAGEM LOCAL

A Embratel deve fechar contrato, até o final de agosto, para a compra de mais um satélite. Seu interesse é oferecer um serviço de transmissão de TV para pequenas parabólicas, antes que satélites privados ocupem o mercado.
O satélite, segundo o diretor de desenvolvimento da Embratel, Francisco Albuquerque, permitirá a captação de até 150 canais de TV por parabólicas de apenas 40 cm de diâmetro.
O satélite custará cerca de US$ 120 milhões (incluindo lançamento e seguro), o equivalente a instalação de 48 mil linhas telefônicas. A fabricação levará dois anos e a estatal fará a encomenda sem concorrência internacional.
A Embratel entende que a concorrência é dispensável porque o contrato de compra dos Brasilsat B1 (que será lançado no fim do mês) e B2 (a ser lançado em outubro), assinado com a norte-americana Hughes, em 1990, já prevê um terceiro satélite.
A avaliação interna da empresa é de que a transmissão de TV via satélite, para pequenas parabólicas vai superar a TV a cabo no futuro.
Os dois satélites brasileiros que estão em órbita (Brasilsat A1 e A2) não são equipados para oferecer este serviço. Os Brasilsat B1 e B2, que substituirão os dois primeiros, também não foram projetados com esta finalidade.
A Embratel, segundo seu diretor de desenvolvimento, está negociando com o Paraguai, Uruguai, Bolívia, Colômbia e Equador a formação de um consórcio para a aquisição e exploração do satélite.
Segundo Albuquerque, só o mercado brasileiro ocuparia 80% da capacidade do satélite. O projeto, de acordo com o diretor, é viável mesmo sem a participação dos países vizinhos.
Existem dois projetos da iniciativa privada, no Ministério das Comunicações, para lançamento de satélites similares ao que a Embratel vai encomendar à Hughes.
O primeiro -para dois satélites- foi apresentado no final de 93 pelo consórcio Class, formado pelo Bradesco, Organizações Globo, Odebrecht, Victori Internacional e a Matra francesa.
O segundo –para um satélite– foi apresentado no início do mês pelo consórcio formado pelo banco Itamarati, Splice do Brasil e Mercedes Benz.
Os projetos da iniciativa privada dependem de aprovação de posições orbitais por parte da União Internacional de Telecomunicação (órgão da ONU) e de autorização do governo brasileiro.
A Embratel pode sair na frente nesta corrida porque já possui três posições orbitais.
Além disso, a estatal acaba de alugar três canais de um satélite da Intelsat (para o home direct TV), que estarão disponíveis para as emissoras de televisão em junho do ano que vem.
A estatal pagará US$ 2,8 milhões por ano pelo aluguel de cada canal, informou Albuquerque.

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