São Paulo, terça-feira, 26 de julho de 1994
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Haverá coerência e revelações, diz curador

DANIEL PIZA
DA REPORTAGEM LOCAL

O número de países no mundo aumentou nos últimos três anos (a última Bienal foi em 1991), mas o da 22ª Bienal não é inédito só por causa disso. Países como a China, que nunca haviam participado do evento, participarão agora.
Trazer obras de 71 países não implica só problemas práticos (transporte e seguro), mas também um espinhoso abacaxi estético. Como manter a coerência da tese da curadoria e a fidelidade do espelho que a Bienal pretende fazer da arte atual? E como colocar em diálogo os 18 mestres das salas especiais com os mais de 160 artistas-representantes?
O curador do evento, Nelson Aguilar, acha que, na medida do possível, a 22ª Bienal conseguirá isso. "Existe uma amarração clara entre os mestres. E os representantes foram escolhidos por seus países, mas a partir de uma proposta conceitual que lhes foi enviada por escrito", diz.
A Folha teve acesso exclusivo à lista dos artistas já confirmados para a Bienal. Há grande número de desconhecidos (leia destaques no quadro acima), sobretudo porque é do interesse dos governos promover nomes novos.
Faltam também nomes que nos últimos anos se celebrizaram e obviamente são desconhecidos no país –como a geração da "arte mórbida" inglesa, de Marc Quinn, Damien Hirst e outros.
Eventos como a Documenta de Kassel (Alemanha) não sofrem desse problema porque pagam tudo do próprio bolso e, portanto, levam só os artistas que querem.
Ainda assim Aguilar acha que isso não limita o interesse da Bienal às salas especiais.
Diz ter combatido o problema contatando curadores reconhecidos internacionalmente (como o argentino Jorge Helft ou a francesa Cathérine David) e acha que o número de revelações vai surpreender.
E lembra que a regra do nome consagrado não foi seguida à risca nem nas salas especiais, que incluem artistas pouco conhecidos aqui, como Tal-Coat.
(DP)

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