São Paulo, terça-feira, 26 de julho de 1994 |
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Assinado o fim da guerra entre Israel e Jordânia
FERNANDO CANZIAN
O acordo, chamado Declaração de Washington, incluiu um tratado de cooperação econômica entre Israel e Jordânia. "Sua majestade, todo o Estado de Israel está apertando a sua mão neste momento", disse Rabin a Hussein enquanto trocavam o aperto de mão. "Este é um dia de esperança e de novas visões, disse Hussein. O presidente dos Estados Unidos, Bill Clinton, anfitrião do acordo de paz, chamou os dois líderes de "visionários". Em represália ao acordo, guerrilheiros fundamentalistas pró-Irã do Hizbollah atacaram soldados israelenses ao sul do Líbano. Um oficial morreu e cinco soldados ficaram feridos. Horas depois, Israel bombardeou as posições da guerrilha pró-Irã. Na Jordânia, centenas de pessoas fizeram protestos nas ruas contra a assinatura do acordo. Os protestos foram convocados por fundamentalistas islâmicos que pregam a destruição de Israel. A declaração de paz inclui também acordos na área de comércio, bancos, telefonia e eletricidade e abre as fronteiras entre os dois países para o turismo. O encontro entre Rabin e o rei Hussein foi visivelmente mais caloroso do que a assinatura do acordo entre o primeiro-ministro de Israel e o líder da OLP (Organização para a Libertação da Palestina), Iasser Arafat, na Casa Branca em setembro passado. Na ocasião, Arafat estendeu a mão e Rabin hesitou por vários segundos antes de cumprimentar o líder árabe no acordo que deu autonomia aos palestinos nos territórios ocupados por Israel. Arafat congratulou ontem Rabin e Hussein pela assinatura do acordo de paz. Apesar do "estado de guerra", o relacionamento entre Israel e Jordânia é pacífico há anos. O rei Hussein já havia participado de encontros secretos no passado com diversos líderes de Israel, entre eles o próprio Rabin, para pavimentar o acordo assinado ontem. Hussein governa um país onde a metade da população descende de palestinos e procedeu com muita cautela nessas negociações. Apenas recentemente ele se declarou favorável a um acordo com Israel sem a adesão da Síria. O secretário de Estado norte-americano, Warren Christopher, deve embarcar no início de agosto para o Oriente Médio para tentar desta vez um acordo entre Israel e Síria que coloque um fim ao conflito entre os dois países. A Síria é o principal adversário de Israel e o diálogo entre os dois países é o mais difícil das negociações de paz para o Oriente Médio. Texto Anterior: Pobreza atinge 66 mi em áreas rurais da AL Próximo Texto: Pacto acaba com história de reuniões clandestinas Índice |
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