São Paulo, terça-feira, 26 de julho de 1994 |
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Busca acaba na Argentina com 92 mortos
DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS Já são 92 os mortos no atentado que destruiu a sede da Associação Mutual Israelita Argentina na segunda-feira passada, segundo a agência "France Presse".A equipe de resgate vinda de Israel encerrou o trabalho de busca. Há cerca de 30 desaparecidos. O presidente da Delegação de Associações Israelitas Argentinas, cujas instalações também foram destruídas, criticou os serviços de investigação e segurança do país. "É óbvio que alguma coisa acontece com o sistema de defesa: não funcionam nem a inteligência nem a segurança e é preciso dizer isso", afirmou Ruben Beraja. Jacob Kovadloff, do Comitê Judaico Americano, de Nova York, disse que a inteligência argentina "foi uma decepção". Segundo Kovadloff, nascido em Buenos Aires, "se bem que seja difícil investigar a penetração de um grupo que, sem dúvida veio do Oriente Médio, nada se faz para encontrar o apoio logístico local. Na nossa opinião, isso seria fácil". Os serviços de inteligência da argentina –que trabalham com a ajuda do Mossad (serviço secreto de Israel) e do FBI (Polícia Federal dos EUA)– atribuem o atentado ao Hizbollah, grupo muçulmano xiita pró-Irã. O grupo e o governo iraniano negaram envolvimento. Ontem, o juiz Juan Jose Galeano, responsável pelo caso, viajou para a Venezuela. Segundo o jornal "El Clarín", um diplomata iraniano dissidente teria passado informações ao governo venezuelano sobre o envolvimento do governo de seu país na formação e proteção de núcleos do Hizbollah na América do Sul. O governo argentino teria pedido ao Líbano a extradição de Subhi Tufayli, ex-secretário-geral do Hizbollah. Beirute não confirmou o pedido. A polícia libanesa disse que obteve de Jamal Suleyman dados para descobrir os autores de um comunicado divulgado na semana passada em que o grupo Ansarallah reivindicava indiretamente a autoria do ataque em Buenos Aires. Suleyman, chefe do Ansarallah, negou envolvimento. O líder ultranacionalista argentino Alejandro Biondini está processando Ruben Beraja por "calúnias, injúrias, ameaças e incitação à violência". Beraja disse em entrevista que suspeitava da participação de "grupos neonazistas como o de Alejandro Biondini" no atentado. O Congresso argentino e a embaixada de Israel em Buenos Aires foram temporariamente esvaziadas ontem de manhã depois de ameaças de bombas. As ameaças, feitas por telefone, se revelaram falsas. Texto Anterior: Amã guardará santuários Próximo Texto: Brasileiros reivindicam rigor Índice |
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