São Paulo, quarta-feira, 27 de julho de 1994 |
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Quércia pretende usar reservas em dólar
VINICIUS TORRES FREIRE
A retomada do desenvolvimento é a linha-mestra do programa lançado ontem, em São Paulo. Reservas internacionais são as moedas fortes (dólar e marco alemão, por exemplo) no caixa do governo, obtidas através das exportações e operações financeiras. Atualmente, as reservas brasileiras estão em cerca de US$ 39 bilhões. O governo deve manter, segundo o PMDB, participação majoritária nos setores estatais monopolizados (petróleo e telecomunicações). Deve vender, no entanto, ações das companhias e procurar parcerias com o setor privado (também nos tranportes). Nas 79 páginas do "Plano de Governo Quércia", não há um plano detalhado de estabilização. O programa crítica o Plano Real, que estaria desindustrializando o país, cortando empregos e levando o Estado a uma crise financeira. A alta taxa de juros e o câmbio sobrevalorizado seriam as causas dessa crise. O Estado seria saneado através de uma reforma tributária e da Previdência. Os juros poderiam ser baixados através da regeneração do crédito. "A emissão de crédito, no financiamento das exportações e dos projetos de infra-estrutura, deverá ter como base uma fração das reservas internacionais", diz. O problema de lastrear o crédito nas reservas internacionais é que elas tendem a diminuir com a retomada do desenvolvimento e a redução dos capitais externos especulativos, como quer o programa. O programa quercista, cujo teor foi adiantado em entrevista à Folha pelo economista João Manuel Cardoso de Mello, prioriza o sistema de adminsitração e os temas econômicos. Temas como educação básica e reforma agrária mereceram uma página e meia cada. Texto Anterior: Folha faz evento sobre programas assistenciais Próximo Texto: Cenário de TV é testado Índice |
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