São Paulo, quarta-feira, 27 de julho de 1994
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Sem líderes, lançamento é fiasco político

MÁRIO SIMAS FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL

O candidato do PMDB à Presidência, Orestes Quércia, não conseguiu reunir no lançamento de seu programa de governo lideranças nacionais do partido, como o senador Mauro Benevides (CE), líder do PMDB, e Humberto Lucena (PB), presidente do Congresso.
A estratégia dos quercistas era fazer do evento uma demonstração de força política.
Estiveram presentes apenas os peemedebistas que estão com Quércia desde o início da campanha. Dos candidatos do partido aos governos nordestinos só Nilo Coelho (BA) compareceu.
"O importante é que as bases do partido estão conosco. Existem problemas com lideranças, mas de ordem pessoal", disse Quércia.
O senador Ruy Bacelar (PMDB-BA), presidente do diretório do PMDB na Bahia, disse em Brasília que os eleitores no interior do Estado estão debandando em direção à campanha de FHC.
Para justificar a ausência de lideranças nacionais do partido no lançamento do programa de governo, Quércia disse que não convidou ninguém pessoalmente.
"Se tivesse telefonado, Humberto Lucena e Mauro Benevides com certeza teriam vindo", disse.
Agora, resta a Quércia o horário eleitoral de rádio e TV para tentar costurar o PMDB e tentar alavancar sua candidatura.
"Temos pesquisas que indicam que nada está definido, nem mesmo a presença do PT ou PSDB no segundo turno", afirmou.
Entre os aliados de Quércia, o tratamento dispensado aos peemedebistas que não estiveram presentes é bem menos cordial.
"Estamos engajados na campanha, apesar de divergências locais, mas certas lideranças deveriam abandonar o PMDB", disse o prefeito do Rio, César Maia.
"Vamos ver se de hoje em diante o partido começe a trabalhar por Quércia", afirmou o senador Ronan Tito (PMDB-MG).
O presidente nacional do PMDB, deputado Luiz Henrique (SC), afirmou que o partido tem tudo para vencer a eleição, mas precisa trabalhar unido.
"O Quércia tem potencial para crescer nos primeiros 30 dias do horário eleitoral. Qualquer avaliação só pode ser feita depois disso", afirmou o deputado.
Bacelar não acredita no sucesso de Quércia. "Basta ver as pesquisas", disse. Ele afirmou que o presidente do PMDB tem sido procurado tanto pelo PT como pelo PSDB. Luiz Henrique nega.

Colaborou a Sucursal de Brasília

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