São Paulo, quarta-feira, 27 de julho de 1994
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Regras impediram o debate

FERNANDO MOLICA
DA SUCURSAL DO RIO

O formato do encontro de presidenciáveis, promovido pela Associação Comercial do Rio, impediu o confronto entre os candidatos. Eles se limitaram a responder perguntas lidas por cinco empresários, não havendo propriamente um debate.
Com exceção de Leonel Brizola (PDT) e Enéas Carneiro (Prona), os demais foram unânimes na defesa das privatizações, dos investimentos estrangeiros, da redução do tamanho do Estado e da liberdade do mercado.
Também foram ao debate Fernando Henrique Cardoso (PSDB), Esperidião Amin (PPR), Flávio Rocha (PL) e Hernani Fortuna (PSC).
O debate serviu para marcar diferenças entre os candidatos. As perguntas evitaram dar margem a respostas dúbias.
O pressuposto das perguntas era relacionado com a importância da adoção, pelo Brasil, dos princípios da economia de mercado.
Os candidatos eram provocados a dizer se eram contra ou a favor de posições apresentadas como consensuais pelos empresários.
Isto fez com que FHC declarasse que o capital externo seria "bem-vindo". Em seguida, Rocha afirmou que seu eventual governo não se limitaria a dar boas-vindas aos investimentos estrangeiros: iria lutar para que este dinheiro chegasse ao Brasil.
Apesar de não ter havido debate, o encontro serviu para reafirmar as estratégias dos presentes. FHC procurou defender o governo Itamar Franco e principalmente o Plano Real.
Apesar de já ter deixado o ministério, o candidato do PSDB assumiu um compromisso em nome do atual governo: afirmou que será possível retirar a variação da TR (Taxa Referencial) dos financimentos à agricultura.

Texto Anterior: Encontro de candidatos não atrai audiência
Próximo Texto: Amin dá início a debates sobre esporte
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.