São Paulo, quarta-feira, 27 de julho de 1994
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Ladrão mata grávida e bebê morre

MARCELO GODOY
DA REPORTAGEM LOCAL

A dona-de-casa Kelmy Etelvina Coelho Martins, 23, entrou em pânico durante um assalto e foi assassinada a tiros por dois ladrões por causa de seus gritos.
Ela estava no sétimo mês de gestação. Foi levada para um hospital e os médicos retiraram do útero da mãe o bebê, uma menina, ainda com vida. A criança também não sobreviveu (leia texto abaixo).
O crime aconteceu ontem, às 5h45, na rua João Lopes Maciel, no Jardim das Oliveiras (zona leste de São Paulo). Após os disparos, os assaltantes fugiram a pé.
Kelmy estava com o marido, o securitário Renato Martins, 25, quando ele parou o Gol, placas TB 0181, na entrada de uma ponte pênsil, próximo da empresa Nitroquímica.
A ponte tem apenas uma pista, mas o tráfego de carros é feito alternadamente nos dois sentidos e regulado por semáforos.
O semáforo havia fechado para Martins e ele parou seu Gol. No sentido contrário vinha um carro.
Dois homens se aproximaram do Gol a pé. O securitário só percebeu que ia ser assaltado quando os ladrões pararam ao lado do carro e sacaram revólveres.
Um deles mandou que Martins fosse para o banco traseiro do veículo e sentou ao lado do securitário. O outro assaltante assumiu a direção do Gol.
Quando o ladrão saiu com o carro, Kelmy entrou em pânico e começou a gritar. O assaltante ainda dirigiu por cerca de cem metros.
Ele parou o Gol e pegou a bolsa em que Martins carregava dinheiro, uma máquina fotográfica, um revólver calibre 32 e documentos pessoais e do carro.
Depois, o ladrão abriu a porta do carro, desceu do veículo e foi acompanhado pelo assaltante que estava no banco traseiro.
Ao dar a volta no carro, o segundo ladrão abriu a porta do passageiro e, sem falar nada, mirou em Kelmy e disparou quatro tiros.
Pelo menos duas balas acertaram a dona-de-casa, uma delas na cabeça e outra na barriga.
O marido pegou a direção do carro e levou a mulher para o hospital. Ele teve uma crise nervosa foi obrigado a tomar calmantes.
No 22º DP, Martins só soube dizer que um dos ladrões tinha cabelos loiros e era alto. A polícia não tinha, até as 19h de ontem, nenhuma pista dos assaltantes.

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