São Paulo, quarta-feira, 27 de julho de 1994
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O calvário de Jennifer

THALES DE MENEZES

Tudo sobre o envolvimento de Jennifer Capriati com o mundo das drogas. É isso que promete o livro que o jornalista californiano Ernie Coldier deve lançar em setembro. Se os advogados da tenista não conseguirem impedir.
Na semana passada, Coldier fez uma pequena "turnê" pelos programas de entrevistas da TV norte-americana. Sua estratégia foi a de chamar atenção para o livro antes que seja julgada a ação que tenta proibir o lançamento.
A publicação de dois trechos do livro no semanário "Sportsline", de Los Angeles, motivou a reação dos assessores da tenista. Eles reclamam do "tom interpretativo" do relato de Coldier. Um dos trechos insinua que Capriati teria levado adolescentes para acompanhá-la em torneios e promovido "orgias de garotos e garotas".
Coldier é um grande picareta. Nunca foi ligado ao tênis e já escreveu outros livros sensacionalistas, que não foram levados a sério. Qualquer coisa que escrever não merece crédito algum, mas vai aumentar o calvário que Capriati atravessa desde o ano passado.
Altos e baixos marcam a carreira dela. Despontou em 1990. Na semana em que completou 14 anos, foi vice-campeã do primeiro torneio profissional que disputou, perdendo para Sabatini. Conseguiu seu primeiro título no mesmo ano, em Porto Rico. Antes do 15º aniversário, já tinha contratos de publicidade de US$ 4 milhões.
Entre 91 e 92, frustrou as expectativas de quem já apostava nela para brigar com Graf e Seles pelo nº 1 do ranking mundial. Perdeu muitas partidas. Criticada duramente por um imprensa que parecia sempre esquecer que ela era uma menina de 16 anos, calou a boca de todos ao conquistar a medalha de ouro na Olimpíada de Barcelona, batendo Graf.
Depois, novo período de pouco brilho. Anunciou no US Open de 93 que pararia de jogar por alguns meses para tratar de contusão e concluir seus estudos. Antes do Natal, foi flagrada saindo com jóias de uma loja sem pagar.
No começo deste ano, foi detida num motel com maconha. A polícia acabou descobrindo que um casal de jovens, menores de 18 anos, estava com ela no motel e fugiu antes da invasão dos policiais. O rapaz disse que os três fumaram maconha e crack no hotel.
Hoje, Capriati está numa clínica de reabilitação de drogados. Espera para ser ouvida pela Justiça e tenta impedir que tipos como Coldier faturem em cima dela.
Tênis? Ninguém sabe.

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