São Paulo, quarta-feira, 27 de julho de 1994
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Brasil apóia intervenção militar no Haiti se aprovada pela ONU

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A tendência do governo brasileiro é de apoiar uma eventual intervenção militar no Haiti. O Itamaraty só exige que a decisão seja tomada pelas Nações Unidas.
Ontem, ao final de uma reunião com o ministro da Relações Exteriores, Celso Amorim, o subsecretário de Assuntos Políticos do Departamento de Estado americano, Peter Tarnoff, saiu convencido do apoio do Brasil.
"Tenho muitas razões para acreditar que Brasil e EUA vão trabalhar juntos nessa questão", afirmou Tarnoff.
O ministro Celso Amorim considerou "positivo" o fato de o governo americano "ter evoluído de uma posição unilateral para um posição multilateral".
O governo brasileiro não aceita apoiar uma intervenção decidida e ralizada unilateralmente pelos EUA.
Quer que o assunto seja submetido ao Conselho de Segurança da ONU, no qual o país tem direito de voto como membro rotativo.
"O ambiente de negociações em Washington e no Brasil é muito favorável", afirmou o subscretário.
O objetivo da intervenção é devolver o poder ao presidente Jean-Bertrand Aristide, deposto por golpe militar em 1991.
"A comunidade internacional já perdeu a paciência com a situação no Haiti", disse Tarnoff. Os EUA entendem que a retirada dos líderes do golpe haitiano deve ser feita o mais rápido possível.
Anteontem, o governo americano enviou à ONU projeto de resolução para que a invasão seja aprovada. No projeto, os EUA pedem que seja autorizada a utilização de "todos os meios necessários" para viabilizar a volta de Aristide.

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