São Paulo, sexta-feira, 29 de julho de 1994
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Campanha do real favorece FHC, diz Lula

EUMANO SILVA e DENISE MADUEÑO

EUMANO SILVA; DENISE MADUEÑO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O candidato do PT a presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, disse ontem que o crescimento nas pesquisas do candidato do PSDB, Fernando Henrique Cardoso, deve-se à "propaganda oficial" do Plano Real.
A declaração de Lula foi dada ao comentar os resultados da pesquisa do Datafolha publicada ontem, no qual os dois candidatos estão empatados estatisticamente. O petista obteve 32% das intenções de voto contra 29% de FHC.
Numa simulação de segundo turno entre ambos, o tucano venceria por 47% a 40%.
Na opinião de Lula, o governo e "determinados setores dos meios de comunicação" estão ajudando a candidatura tucana divulgando o Plano Real através de "propaganda subliminar (disfarçada)."
Para o vice de Lula, Aloizio Mercadante, há condições para reverter esses resultados. Ele lembrou que na campanha eleitoral de 1989, Lula também teve queda nas pesquisas –de 18% para 4% neste mesmo período.
Em 89, segundo o Datafolha, a dois meses da eleição presidencial, o petista tinha 7% dos votos.
Era uma taxa que se mantinha constante desde a queda de sete pontos percentuais registrada cinco meses antes.
"É o inferno astral que antecede a propaganda eleitoral", afirmou o deputado.
Segundo Mercadante a candidatura de Lula entrou agora na fase de "arrancada".
"A propaganda exagerada está levando o povo acreditar numa coisa que não existe", disse Lula, referindo-se a um suposto sucesso do Plano Real.
O candidato do PT disse que as compras feitas em um mercado pelo presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores), Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho, demonstram que o plano econômico não está obtendo resultados positivos para a população.
Vicentinho disse ter comprado apenas 55% da cesta básica com o salário mínimo.

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