São Paulo, sexta-feira, 29 de julho de 1994
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IPC-r de julho, que corrige os salários, fica em 6,08%

DA REDAÇÃO E DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O IBGE divulgou ontem, no Rio, os dois primeiros índices de inflação de julho. O IPC-r, criado pela lei 8.880 e que serve para corrigir os salários na data-base, atingiu 6,08% e o IPCA Especial, que atualiza a Ufir, foi de 5,21%.
O IPC-r comparou preços médios de 16 de junho a 14 de julho (parte em reais e parte em URV) com preços médios de 17 de maio a 15 de junho (em URV).
Reflete o custo de vida de famílias com renda de um a oito salários mínimos e é pesquisado em 11 capitais.
Como o período da comparação avançou em apenas duas semanas de julho, o índice ainda reflete a forte remarcação de preços na fase da URV e na virada para o real.
O IPCA Especial foi pesquisado no mesmo período, com o mesmo método e nas mesmas regiões do IPC-r. A diferença é que reflete o custo de vida para famílias de um a 40 salários mínimos.
"Não há surpresas. Está tudo dentro das expectativas", comentou em Brasília o assessor especial de preços da Fazenda, José Milton Dallari. Só a partir de agosto é que o IPC-r não refletirá mais a inflação anterior ao real, disse.
O ministro da Fazenda, Rubens Ricupero, disse que o resultado do IPC-r "não é uma surpresa".
Ele explicou que o índice foi calculado do dia 16 de junho (ainda sobre cruzeiros reais) ao dia 14 deste mês. O IPC-r de julho, segundo o ministro, "tem muito pouco da nova moeda".
Salários
Segundo a lei 8.880, o IPC-r é o indexador de salários e aposentadorias e pensões do INSS. Vale para contratos firmados após 1º de julho, reajustados anualmente.
Todas as categorias deverão receber, na primeira data-base a partir de 1º de julho, o IPC-r acumulado a partir de julho, inclusive, até o mês anterior ao do dissídio.
Quem tem data-base em agosto, por exemplo, receberá no mínimo os 6,08%. A lei 8.880 permite que haja livre negociação de outros percentuais. Salário mínimo e aposentadorias do INSS têm data-base em maio.
As maiores pressões sobre o IPC-r de julho, segundo o IBGE, vieram de alimentação e bebidas (aumento de 9,27%) e transporte e comunicação (8,36%).
O arroz apresentou alta de 16,18%, enquanto as carnes frescas subiram 11,46% e as industrializadas, 22,65%. O café aumentou 12,32%.
O pão francês subiu 17,65%. Em São Paulo, a alta foi de 20,83% (antes do real o preço era equivalente a R$ 0,06 e depois passou para R$ 0,08 ou R$ 0,09).
O item habitação subiu 0,25%, seguido de despesas pessoais (2,05%), saúde e cuidados pessoais (3,75%), artigos de residência (3,77%) e vestuário (6,87%).
As tarifas de energia elétrica caíram 5,12% e as de água e esgoto, 6,45%, segundo o IBGE.
O IPC-r mais alto foi registrado em Salvador (BA), com 7,67%. O mais baixo, em Brasília (4,01%), seguido de Curitiba (4,08%). No IPCA-E o maior aumento foi para alimentação e bebidas, com 9,46%.
IGP-M
O IGP-M (Índice Geral de Preços do Mercado) da Fundação Getúlio Vargas fechou julho com variação de 40%, abaixo dos 45,21% apurados em junho. O índice é relativo ao período de 21 de junho a 20 de julho.
No IGP-M, os preços no atacado subiram 36,89%. Para o consumidor, a alta foi de 44,52%. O custo nacional da construção civil aumentou 42,85%..

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