São Paulo, domingo, 31 de julho de 1994
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OS CANDIDATOS E AS DISTORÇÕES NA SAÚDE;

OS CANDIDATOS E AS DISTORÇÕES NA SAÚDE
Lula (PT)
Investir em política de valorização de profissionais. Criar condições de trabalho que permitam sua fixação em municípios menores e nas periferias dos grandes centros urbanos. Redistribuição de profissionais em parceria com administrações municipais. Melhorar a qualidade e a quantidade dos auxiliares e técnicos de enfermagem.

FHC (PSDB)
Enfrentar a desproporção de enfermeiros para médicos estimulando a incorporação crescente de enfermeiros na força de trabalho, como parte de um programa mais global de melhoria da qualidade dos serviços de saúde no país. É imperativo promover um agressivo programa de capacitação de profissionais de enfermagem de nível médio e elementar.

Brizola (PDT)
Uma nova política para a saúde pode colocar questões relativas a distorções na saúde nos devidos termos. Desenvolver um programa de "médico de família" para poder criar uma mudança profunda no atual modelo. Planificar melhor a fiscalização de procedimentos para combater interesses comerciais incompatíveis com a política de saúde.

Quércia (PMDB)
Reformular o ensino de segundo grau, para aumentar a formação de pessoal especializado em escolas públicas técnicas. Estimular o mercado de trabalho a contratar jovens de nível técnico provenientes do segundo grau.
O candidato citou sua experiência como governador de levar a escola aos locais de trabalho do setor de saúde.

Amim (PPR)
Analisar o problema relacionando o número de médicos e o número de enfermeiros à população. O programa de governo pretende atuar na área de educação para que a formação de profissionais da área de enfermagem seja fortalecida não somente no número de profissionais mas também e principalmente na qualidade da formação.

OS CANDIDATOS E AS DOENÇAS
Lula (PT)
Realizar em quatro anos um plano emergencial de saneamento. Iniciar de imediato programas de prevenção da hipertensão arterial, programas de educação em saúde que evitem as complicações do diabetes. Criar centros para a terceira idade. Distribuir medicamentos, facilitando a adesão ao tratamento das doenças crônicas

FHC (PSDB)
Implantar uma nova ordem governativa que dê prioridade à promoção da saúde e à prevenção das doenças. Programas relativos às doenças crônicas deverão contemplar, de forma harmônica, as ações promocionais e preventivas, e as reabilitadoras. Promover estilos de vida saudáveis. Empregar procedimentos de melhor custo/benefício.

Brizola (PDT)
Desenvolver uma ação preventiva em defesa da saúde, incluindo um amplo programa de educação para a saúde, utilizando os meios de comunicação. Entrar firme num plano para as novas gerações, partindo de um programa materno-infantil e abrangendo a fase pré-escolar, o primário e o secundário e mantendo a assistência aos jovens

Quércia (PMDB)
Garantir por lei um percentual adequado do orçamento para a saúde. A questão não é preparar o sistema de saúde para o futuro, mas atender o presente. Manter programas contra epidemias, endemias e doenças parasitárias e acrescentar programas de diagnóstico precoce e tratamento de hipertensão, diabetes, câncer e acidentes.

Amim (PPR)
Promover a saúde materno-infantil. As práticas preventivas, tanto das doenças crônicas quanto das infecciosas, serão abordadas dentro do binômio mãe-filho. O componente educação para a saúde será o alicerce para a prática preventiva.

OS CANDIDATOS E O SUS
Lula (PT)
Para romper com o clientelismo, o fisiologismo e o partidarismo existentes, implantar nos primeiros seis meses o repasse automático de recursos do Fundo Nacional de Saúde para os fundos municipais. Cuidar da estabilidade das fontes dos recursos. Cobrar dos municípios o bom uso das verbas públicas para a saúde, além de planejar ações conjuntas.

FHC (PSDB)
Ajudar municípios pobres a se organizarem em função do SUS e ao mesmo tempo fortalecer o Ministério da Saúde. Pôr fim às transferências negociadas para o custeio da saúde, transformando-as em transferências compulsórias, feitas com previsibilidade, regularidade, distributividade e automaticidade. Garantir fontes estáveis e suficientes de recursos.

Brizola (PDT)
Apoiar tudo que aproxime o cidadão, em seu local de moradia ou trabalho, dos serviços de saúde. O governo federal deve ou reassumir encargos ou, então, terá que cumprir rigorosamente com as transferências de verbas.

Quércia (PMDB)
Restabelecer o SUS, que, segundo o candidato, está deteriorado. Descentralizar o gerenciamento e a execução dos programas de saúde, mantendo em nível federal as ações de avaliação, controle e normatização. Promover a municipalização e restabelecer o patamar para as verbas para a saúde.

Amim (PPR)
Definir os papéis dos atores. Fortalecer o Ministério da Saúde e organizar os municípios em função do SUS. Definir, garantir, orçar e repassar os recursos necessários para o equilíbrio e sobrevivência do sistema.

OS CANDIDATOS E A SAÚDE PRIVADA
Lula (PT)
Contra subsídios a planos de saúde. Não aceitar a exorbitância que as empresas que oferecem planos de saúde cobram. Analisar detalhadamente suas planilhas de custo. Obrigá-las a atender todos os segurados quaisquer que sejam suas doenças. Regular o funcionamento do setor, para evitar o lucro desmedido e melhorar o atendimento.

FHC (PSDB)
Subsídios não deverão ser concedidos ao setor privado da saúde, com exceção para as instituições privadas não-lucrativas de caráter comprovadamente filantrópico. Implantar mecanismos de regulação após discussão com segmentos envolvidos sem constranger indevidamente o desenvolvimento de um sistema privado.

Brizola (PDT)
Os planos privados de saúde devem ser auto-suficientes, com o compromisso de prestarem um atendimento de alta qualidade. Não deve haver interação com o setor público. As seguradoras devem, quando os segurados forem atendidos na rede pública, reembolsar o Estado pelas despesas realizadas.

Quércia (PMDB)
Deve haver equilíbrio entre todas as formas de atendimento médico. É importante apoiar as Santas Casas e hospitais beneficentes. O serviço público deve ser ressarcido se houver interação entre a medicina privada e o setor público. Estudar em detalhe as planilhas e a evolução dos planos de saúde, para poder adotar uma medida justa.

Amim (PPR)
Contra subsídios à saúde privada. Regulamentar e fiscalizar os planos de saúde. Planos de saúde privados devem ressarcir o setor público quando seus usuários forem atendidos pelo setor público, mediante a mesma tabela usada no setor privado.

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