São Paulo, domingo, 31 de julho de 1994
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Judaísmo faz menor restrição

LUIS HENRIQUE AMARAL
DA REPORTAGEM LOCAL

O rabino Adrian Gottfried afirmou que, ao contrário do catolicismo, o judaísmo aceita o aborto em alguns casos.
"Quando a mãe foi estuprada ou quando há risco de vida para ela, nós aceitamos o aborto", disse Gottfried.
Segundo ele, em Israel o aborto é permitido nessas duas condições, que devem ser constatadas por especialistas.
Gottfried justificou sua posição dizendo que, no judaísmo, o feto é considerado uma parte da mãe e "às vezes é necessário retirar uma parte do corpo para garantir a vida de um paciente em risco".
No caso de a criança ter um defeito que inviabiliza sua vida depois do parto, o aborto também é aceito. "Mas a doença tem que ser muito grave, como a falta de um órgão vital", disse.
Ele ressaltou também que o judaísmo não acha que cada aborto seja um assassinato, pois considera que o feto não tem a mesma categoria de uma pessoa.
O rabino destacou, porém, que o aborto não é aceito pelo judaísmo como um contraceptivo. "O feto é uma vida em potencial, e deve ser considerada", disse.
Gottfried afirmou também que a sua religião aceita a sexualidade como fonte de prazer e não apenas para a procriação. "As duas vertentes têm a mesma importância", disse. (LHA)

Texto Anterior: Socióloga responsabiliza igreja
Próximo Texto: FRASES
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.