São Paulo, domingo, 31 de julho de 1994
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Socióloga responsabiliza igreja

LUIS HENRIQUE AMARAL
DA REPORTAGEM LOCAL

O momento de tensão no debate aconteceu quando a socióloga Maria José contestou a afirmação do padre Lancellotti de que a Igreja Católica "não defende" a criminalização da mulher que aborta.
"Ao fazer campanha pelo não uso de camisinha para a prevenção da Aids, a igreja tem parte de responsabilidade na morte de homens e mulheres que contraíram a doença. O mesmo se pode dizer em relação às mulheres que morrem por aborto malfeito", disse.
Segundo a socióloga, a igreja criminaliza a mulher quando "faz pressão junto ao Congresso para que essa legislação não mude".
O padre Lancellotti defendeu sua posição dizendo que ela é "de intransigência em defesa da vida".
Ele disse ainda que, para os católicos, o "critério de decisão é o outro, não o que é o melhor para mim. A defesa da vida desde a sua concepção deve iluminar a decisão. Há certos valores que não devem ser apagados mesmo que a maioria seja contra. A liberdade de decidir não é plena, ela é limitada por imperativos éticos."
Maria José respondeu dizendo que "a sociedade que criminaliza o aborto arroga para si o direito de decidir o que a mulher deve ou não fazer com o feto que tem dentro de si. Mas a sociedade não dá condições para que a mulher exerça sua maternidade de forma condigna com a vida". (LHA)

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