São Paulo, domingo, 31 de julho de 1994 |
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Desequilíbrio marca crescimento da China
MARK O'NEIL
Eles afirmaram, porém, que o quadro mostrava forte desequilíbrio. Quase metade dos negócios internacionais vem da província de Guangdong e empreendimentos estrangeiros produzem cerca de um terço das exportações. Nos primeiros seis meses de 1994, o comércio da China cresceu 25,4% em relação ao mesmo período em 1993, para US$ 97,6 bilhões. As exportações tiveram alta de 30,2%, chegando a US$ 48,39 bilhões, enquanto as importações cresceram 21,1% e atingiram US$ 49,21 bilhões. Isso causou uma queda no déficit comercial, de US$ 3,49 bilhões no primeiro semestre de 1993 para US$ 820 milhões em 1994. Junho foi o primeiro dos últimos 16 meses em que houve superávit. Um funcionário do governo chinês disse que o crescimento das exportações devia-se a sinais de recuperação nos EUA, Japão e Europa, e à unificação das taxas de câmbio chinesas depois de 1º de janeiro, com o iuan cotado estavelmente a 8,7 por dólar desde então. Ele disse que a estrutura das exportações estava melhorando, com produtos industrializados respondendo por 83,1% das vendas internacionais, contra 80,5% no mesmo período de 1993. Os produtos que viram maior crescimento nas exportações foram os têxteis e vestuário, sapatos, brinquedos, alumínio, zinco, soja e amendoins, enquanto as exportações de açúcar, petróleo bruto e derivados caíram. As importações de crescimento mais rápido foram petróleo bruto e derivados, centrais telefônicas, maquinário industrial, navios, óleos comestíveis e matérias-primas para a indústria têxtil. O funcionário disse que outro fator positivo foi a reforma do sistema de comércio exterior, para permitir que mais empresas chinesas negociem por conta própria. Um economista japonês disse que o comércio da China ainda depende demais da província de Guangdong, vizinha de Hong Kong, que atraiu mais investimento estrangeiro do que qualquer outra província, US$ 40,95 bilhões ou 42% do comércio exterior chinês no primeiro semestre de 1994. A província ficou bem adiante de Xangai, a segunda colocada com US$ 8,18 bilhões. Empresas com investimento estrangeiro responderam por 36,7% do comércio exterior chinês, 45,3% a mais do que no primeiro semestre de 1993, e realizaram 27,8% das exportações totais. O economista japonês disse que a maioria das empresas processa matérias-primas importadas, e que a China deve expandir sua gama de exportações, usar mais matérias-primas próprias e aperfeiçoar a tecnologia utilizada na indústria. Ele disse que a queda do déficit comercial se devia em parte a medidas tomadas por Pequim para resfriar a economia superaquecida. O plano de austeridade do governo, implementado em julho de 1993, levou a uma queda da demanda interna chinesa. A China teve um déficit comercial de US$ 12,187 bilhões em 1993, o primeiro desde 1989. Tradução de Paulo Migliacci Texto Anterior: EM RESUMO Próximo Texto: Islamismo apavora o mundo ocidental Índice |
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