São Paulo, segunda-feira, 1 de agosto de 1994
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Cientistas comprovam crença em vampiros

DA NEW SCIENTIST

Cientistas comprovamcrença em vampiros
Um cadáver mutilado descoberto num cemitério de Connecticut (EUA) comprova que no século 19 havia pessoas que acreditavam em vampiros na região.
Segundo uma crença popular local, pessoas que morriam de tuberculose voltavam do outro mundo como vampiros que se alimentavam do sangue de membros da própria família.
Para matar o vampiro, os camponeses costumavam exumar o cadáver e mutilá-lo.
Se ele não estivesse ainda decomposto, o coração do morto era removido e depois queimado. Se o coração já estivesse decomposto, os ossos eram remexidos.
Há 12 práticas como essa registradas nos séculos 18 e 19 na Nova Inglaterra (Costa Leste). As descobertas no cemitério trazem evidências arqueológicas para elas.
Dois pesquisadores escavaram 29 esqueletos no cemitério abandonado em uma fazenda perto da cidade de Griswold.
Os cientistas Paul Sledzik, do Instituto de Patologia das Forças Armadas, em Washington, e Nicholas Bellantoni, da Universidade de Connecticut, foram os responsáveis pelas escavações.
Ao abrirem um túmulo, acharam um cadáver de um homem de 50 anos, cujos membros estavam em uma posição pouco natural.
O crânio e os fêmures estavam posicionados como o padrão de uma bandeira de navio pirata. As costelas e vértebras estavam em completa desordem.
Sledzik e Bellantoni detectaram lesões nas costelas, indicando que o morto tinha uma infecção pulmonar primária causada por tuberculose (American Journal of Physical Anthropology, volume 94, página 269).
Segundo os pesquisadores, o folclore da região sobre os vampiros é consistente com o que se sabe sobre o contágio da tuberculose.
A doença é conhecida por ser transmitida entre diferentes gerações que vivem em condições de aglomeração, dizem. A situação era comum na Nova Inglaterra durante o século 19.

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