São Paulo, segunda-feira, 1 de agosto de 1994
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Ricupero e Cavallo discutem estabilização

SÔNIA MOSSRI
ENVIADA ESPECIAL A BUENOS AIRES

Na fazenda de um dos principais banqueiros da Argentina, Raul Moneta, o ministro da Fazenda, Rubens Ricupero, e o ministro argentino da Economia, Domingo Cavallo, se reuniram neste final de semana para discutir os planos de estabilização dos dois países.
Os ministros passaram quase 24 horas na fazenda do banqueiro argentino. Moneta, maior acionista do Banco República, cedeu a "Cabana República", na estância Villamaria, para o encontro de Cavallo com Ricupero.
A fazenda do banqueiro fica no município de Lujan, a 100 km de Buenos Aires. A reunião começou por volta das 21h de sábado e se prolongou até o final da tarde de ontem. No sábado, Moneta esteve com os ministros.
"Nós, aqui, somos hóspedes. Se nos oferecessem uma granja, teríamos que ir", afirmou, ontem, o porta-voz de Ricupero, Sérgio Danesi. Segundo ele, o local do encontro entre os ministros foi definido pelo governo argentino.
Cavallo considera que a Argentina e o Brasil "têm muito a trocar" com relação às experiências na administração econômica.
Um exemplo, segundo Cavallo, é a realização de uma constituinte na Argentina, depois que a revisão constitucional no Brasil não produziu reformas essenciais para equilibrar as contas públicas.
O sucesso do Plano Real, no Brasil, interessa de perto aos argentinos. O ministro das Relações Exteriores da Argentina, Guido Di Tella, que também participou da reunião, afirmou que o Plano Real poderá aumentar as importações brasileiras de produtos argentinos.
Hoje, um dos principais problemas de Cavallo é que o congelamento do câmbio (um pesso vale um dólar). Fixado em lei, encareceu as exportações argentinas.
Com isso, as importações aumentaram –o que provoca critícas entre os empresários argentinos– e a taxa de desemprego se elevou para cerca de 10% ao ano.
Estas dificuldades devem influenciar as eleições presidenciais argentinas, no 1º semestre de 95.
Por isso, Cavallo dá atenção especial às negociações para determinação de uma tarifa comum aduaneira entre Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, mediante a implantação do Mercosul, a partir de 1º de janeiro de 95.

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