São Paulo, segunda-feira, 1 de agosto de 1994
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A homeopatia e o preconceito

LUIZ A. S. FREITAS

Por incrível que possa parecer, ainda se fazem ouvir vozes contra a homeopatia de desinformados, movidos talvez por inconfessável desejo de notoriedade, ou pela tentativa de polemizarem sobre o que não conhecem.
Sua pueril falta de argumentação é comum e refutável, conforme pesquisas laboratoriais em plantas, animais e seres humanos (inclusive crianças menores de dois anos).
Há os que propõem que a homeopatia se limita a tratar de "doencinhas". Ora, não tratamos de "doencinhas": tratamos, de doentes e suas doenças de uma forma global.
Caso 200 anos de eficácia e de experiência não bastem (a indústria farmacêutica ainda não chegou aos 100 anos), pergunto: seriam "doencinhas" as broncopneunomias, as infecções urinárias, a sotites, as mastoidites, as crises asmáticas, os eczemas infectados, a escarlatina, a hepatite? Porque se estas não o forem, desculpem-nos, caros censores,mas a homeopatia é, sim, recurso terapêutico da maior eficácia e com a vantagem do baixo preço e da quase inexistência de efeitos colaterais.
Outra alegação, não infrequente, que a homeopatia simplesmente oferece um apoio psicológico a pacientes carentes. De certa forma, honramo-nos em oferecer apoio psicológico a nossos pacientes, como todos os médicos deveriam fazer.
Existe, ainda a risível argumentação do desconhecimento quanto ao modo de ação do medicamento. Se o leitor for procurar o mecanismo de ação nas bulas das drogas que eventualmente tenha em casa, tais como: muitos antiinflamatórios, tranquilizantes, antialérgicos, antibióticos, certamente encontrará o mesmo desconhecimento, só que, maliciosamente disfarçado por palavras tais como: "...acredita-se que...", "...imagina-se que...", "...supõe-se que...".
A homeopatia é reconhecida oficialmente como especialidade médica pela Associação Médica Brasileira e pelo Conselho Federal de Medicina. Como tal, não aceitamos a pecha de alternativa, usada de forma preconceituosa por alguns setores da sociedade.
Até quando certas pessoas vão continuar se escondendo em preconceitos? Vão ignorar o conceito de que ciência não é um corpo de conhecimentos infalível, estabelecido de uma vez por todas, mas um sistema de hipóteses em permanente evolução que, em princípio, são sempre provisórias e sujeitas a refutação?

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