São Paulo, segunda-feira, 1 de agosto de 1994
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Risco de câncer não tem aumento significativo

JAIRO BOUER
ESPECIAL PARA A FOLHA

O esquema atual de reposição hormonal não aumenta significativamente o risco de câncer no endométrio (revestimento interno do útero) e nas mamas.
Esses tipos de câncer são o principal temor das mulheres que fazem o tratamento com hormônios após a menopausa.
Nas décadas de 60 e 70, o uso do estrógeno isoladamente causou um aumento no número de casos de câncer de endométrio.
O estrógeno estimulava o crescimento do endométrio, que não era eliminado. A situação facilitava o aparecimento de lesões malignas.
A partir da década de 80, a reposição começou a ser feita através da combinação dos hormônios estrógeno e progesterona.
A função da progesterona é proteger o endométrio contra a ação de "crescimento" do estrógeno.
Segundo César Eduardo Fernandes, o risco de uma mulher que faz reposição com o esquema atual desenvolver câncer de endométrio é praticamente igual ao da mulher que não faz o tratamento.
O câncer nas mamas é o câncer mais comum em mulheres. O principal fator de risco é genético. Obesidade e problemas crônicos de ovulação são outros fatores.
Mulheres que nunca tiveram filhos ou as que menstruaram cedo e entraram na menopausa tarde também estão sob maior risco.
Trabalhos científicos recentes indicam que a reposição também não aumenta a incidência de câncer nas mamas.
Qualquer mulher que está no grupo de risco deve ser acompanhada pelo seu ginecologista (mesmo as que não fazem reposição).
O exame periódico das mamas e a mamografia auxiliam no diagnóstico precoce de qualquer alteração e no tratamento com boas possibilidades de cura.
Segundo Fernandes, apenas as mulheres tratadas por mais de 15 anos estão sob um risco discretamente aumentado.
"Mas ocorre uma proteção muito maior na mortalidade por causas cardiovasculares", conclui. (JB)

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