São Paulo, segunda-feira, 1 de agosto de 1994![]() |
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MARCELO BERABA SÃO PAULO – A nova fase da campanha presidencial que começa amanhã com o horário eleitoral gratuito traz os dois principais candidatos estatisticamente empatados.Lula chegou a ter, no início de maio e ao longo de mais de um mês, mais de 20 pontos percentuais de diferença sobre FHC. No início de julho, já com o real recém-implantado, esta diferença ainda era de 17 pontos. O que parecia para os petistas um patrimônio eleitoral consolidado foi se esvaindo ao longo do mês, e a última pesquisa, feita dias 25 e 26, mostra o tal empate estatístico: Lula 32% e FHC 29%, uma diferença de apenas 3 pontos. A campanha promete, portanto, esquentar. O que é bom para o país, porque exige que todos os candidatos se exponham e que reconheçam que não há qualquer hegemonia configurada. As curvas ascendente (de FHC) e declinante (de Lula) e as linhas estagnadas de Brizola e Quércia ainda não asseguram um prognóstico para 3 de outubro. Em 88, a ação desastrada do governo em Volta Redonda foi o sopro final e inesperado que provocou vitórias imprevisíveis, como a de Erundina em SP. A maior curiosidade desta campanha começa a ser satisfeita amanhã, com o horário eleitoral gratuito completamente modificado, despido dos recursos eletrônicos e dramatúrgicos. Ainda nesta semana, o ex-governador Orestes Quércia será antecipadamente julgado pela importação irregular de equipamentos de Israel. Se o STJ não acatar a denúncia, ele ganha novo fôlego e pode transformar a decisão numa espécie de atestado de bons antecedentes. E há o real, tido como o maior responsável pela reviravolta eleitoral. Mas não se pode garantir que o plano continuará a ser este aliado generoso de FHC. Principalmente se seus milagres tiverem de durar até 15 de novembro. Por fim, as revelações sobre os candidatos e seus aliados devem se tornar rotineiras. Bisol foi o primeiro alvo. Guilherme Palmeira é o próximo. Poucos políticos conseguiram passar ao largo da corrupção, do nepotismo, do fisiologismo, do tráfico de influência, das benesses imorais, do enriquecimento ilícito. A maioria não conseguiu e ainda deixou digitais. Texto Anterior: Decadência Próximo Texto: Chove Pelé sobre Lula Índice |
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