São Paulo, quarta-feira, 3 de agosto de 1994
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Ricupero quer acordo com empresa que elevou preços

LUCAS FIGUEIREDO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ministro da Fazenda, Rubens Ricupero, disse ontem que o governo vai priorizar acordos com empresários que reajustaram os preços em vez de promover punições. "Nosso objetivo maior não é castigar ninguém", afirmou o ministro.
Ricupero anunciou que os assessores especiais para preços da Fazenda, José Milton Dallari e Daniel de Oliveira –que cuidam diretamente das negociações com empresários– vão passar a trabalhar em conjunto com a Sunab.
Segundo o ministro, a medida faz parte de um processo de reestruturação do órgão. Ricupero disse que a Sunab deve crescer mais e se tornar "um braço executivo do governo".
A reestruturação da Sunab fecha o ciclo de mudanças nos órgãos ligados à política de preços, sob o controle da Unidade de Política de Preços, criada por Ricupero e comanda por Dallari e Oliveira.
O objetivo da unidade –que compreende as coordenadorias de acompanhento conjuntural, preços industriais, de tarifas públicas e abastecimento e agricultura mais a Sunab– é monitorar os preços.
As declarações de Ricupero foram feitas ontem na abertura do Encontro Nacional de Delegados da Sunab. De acordo com Ricupero, o órgão não vai priorizar a punição de empresários, e sim mais funções na área de abastecimento.
"A Sunab vive tem uma reputação como o um órgão que pune, e isto nem de sempre corresponde à realidade", disse. De acordo com Ricupero, o órgão "não tem gente suficiente" para fiscalizar os preços.
Na abertura do encontro, Ricupero disse que o governo "tem que ser mais incisivo com relação a uma política de preços, que não tem a ver com uma atitude policialesca".
Nota fiscal
O governo vai reativar a campanha publicitária sobre a exigência da nota fiscal. Ricupero disse que se sentiu "humilhado" durante sua viagem à Argentina, na semana passada, ao ver que os consumidores daquele país exigem a nota fiscal.
Planos de saúdeAs principais empresas de plano de saúde estão sendo alvo de processos de averiguação preliminar junto à SDE (Secretaria de Direito Econômico –ligada ao Ministério da Justiça). O objetivo é detectar aumentos abusivos de preços.
A realização destas investigações foram anunciadas ontem pelo titular da SDE, Rodrigo Janot.
As averiguações preliminares podem ser feitas independentemente dos processos que correm junto aos órgãos de preços da Fazenda. As investigações têm prazo de 60 dias.

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