São Paulo, quarta-feira, 3 de agosto de 1994
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Justiça proíbe Mercadante na TV

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) proibiu o deputado Aloizio Mercadante (PT-SP) de se apresentar no horário gratuito como candidato a vice na chapa de Luiz Inácio Lula da Silva, até que sua candidatura esteja oficializada no tribunal.
A proibição foi determinada liminarmente ontem à noite pelo ministro Torquato Jardim, que atendeu pedido da coligação que apóia Fernando Henrique Cardoso.
Em representação dirigida ao TSE, a coligação União, Trabalho e Progresso –formada por PSDB, PFL e PTB– alegou que o vice de Lula continua sendo o senador José Paulo Bisol (PSB-RS).
Bisol renunciou à candidatura e foi substituído por Mercadante. Oficialmente, porém, nada disso foi ainda comunicado ao TSE.
"Há, pois, dois candidatos a vice, um de direito e outro de fato", afirmava a representação.
O TSE já decidiu que nenhuma outra pessoa, a não ser os próprios candidatos, poderá participar da propaganda eleitoral no rádio e na televisão.
Providências
O PSB deve encaminhar hoje ao TSE a ata aceitando a indicação de Mercadante para ser o candidato a vice de Lula.
Ontem, assessores do partido estavam coletando as assinaturas dos integrantes da comissão executiva nacional e esperavam concluir o trabalho até hoje.
Na ata, o PSB também abre mão de ocupar a vaga. O documento deverá ainda ser encaminhado aos outros partidos integrantes da Frente Brasil Popular (PT, PSTU, PPS e PV).
O PSB gaúcho informou ontem que o partido já remeteu à direção nacional a carta com a renúncia de Bisol.
O publicitário Paulo de Tarso, produtor dos programas petistas, confirmou ontem que Mercadante não aparecerá no programa de hoje na televisão.
Aumento salarial
No Rio de Janeiro, Mercadante disse que o salário mínimo em um eventual governo do PT aumentará "progressivamente", para enfrentar conjuntamente o problema de recursos para a Previdência Social.
Para Mercadante, o mais importante é o ganho no poder aquisitivo do trabalhador.
Por isso, o PT vai tentar também "gerir os preços da cesta básica". Esta gestão seria feita com o aumento da oferta de produtos.
As afirmações foram feitas anteontem à noite antes do Encontro da Cultura, na PUC (Pontifícia Universidade Católica) do Rio de Janeiro.
No evento, Mercadante propôs a criação de um fundo nacional para a cultura, que será formado por recursos orçamentários e por um imposto sobre redes de televisão.
Colaboraram a Reportagem Local, a Sucursal do Rio e a Agência Folha, em Porto Alegre

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