São Paulo, quarta-feira, 3 de agosto de 1994
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Prefeitura dá prazo para indústria irregular

DA REPORTAGEM LOCAL

A Prefeitura de São Paulo e a Secretaria de Abastecimento estão divulgando em rádio e jornais um comunicado em que afirmam ter constatado "problemas gravíssimos" em diversos alimentos industrializados.
Mas a prefeitura diz que só vai divulgar o nome das indústrias que apresentam problemas se elas não se enquadrarem "às exigências da legislação vigente" em um prazo de 60 dias.
Os "problemas gravíssimos" teriam sido constatados em duas pesquisas: nos períodos entre janeiro e dezembro de 1993 e entre 1º de janeiro a 30 de junho de 1994.
Foram pesquisados mais de cem produtos, 69% estavam em desacordo com a legislação vigente.
Farinha, carne bovina e suína, coco ralado, bolos e doces foram os produtos que apresentaram os maiores índices de contaminação.
O diretor da divisão de epidemiologia do Centro de Vigilância Sanitária ligado à Semab, Márcio José Corrado, 35, disse ontem que os produtos estão alterados há muito tempo e que a população não corre "risco iminente".
"Há apenas um risco eventual. Não há necessidade de alarme. Os produtos precisam estar muito contaminados, a pessoa comer por muito tempo e estar debilitada fisicamente para sofrer algum dano."
A idéia de dar um prazo para as empresas se adequarem à legislação sob pena de serem denunciadas foi do secretário do Abastecimento, Waldemar Costa Filho.
"A outra medida a ser tomada seria impedir a comercialização dos produtos em São Paulo, mas as indústrias seriam obrigadas a fechar e haveria ainda mais desemprego", disse o secretário.
A Semab apenas fiscaliza os produtos no varejo. A fiscalização das indústrias cabe ao Centro de Vigilância Sanitária Estadual.
O procedimento normal seria enviar a lista de indústrias que apresentaram problemas ao Estado, que tomaria as providências.
O diretor da Vigilância Estadual, Vicente Mandia, já enviou ofício à prefeitura exigindo os nomes das indústrias que estão com produtos condenados.

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