São Paulo, quarta-feira, 3 de agosto de 1994 |
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Plano provoca queda de novos produtos
NELSON BLECHER
Escolada pelos efeitos de planos econômicos, a indústria de bens de consumo de massa optou pela cautela no período que antecedeu a implantação da nova moeda. Resultado disso é que os 787 lançamentos registrados no primeiro semestre representaram uma queda de 10% em relação a igual período de 1993, segundo levantamento da Indicator. "As empresas adiaram ou cancelaram eventuais lançamentos neste período de mudanças econômicas", afirma relatório da consultoria, que audita o pulso de quatro setores: alimentos, bebidas, artigos de toalete e de limpeza e higiene doméstica. Incertezas quanto ao patamar de juros e do câmbio, além de dúvidas sobre o posicionamento de preço de novos produtos explicam a queda de 57% no volume de lançamentos em junho, mês que antecedeu a troca da moeda. "É uma situação transitória", opina Eduardo Schubert, diretor da Indicator. "À medida que o real se consolide como moeda estável, investimentos em lançamentos e reformulações de produtos devem crescer". A expectativa é que, nesse meio tempo, se dissipem as brutais diferenças de preços mínimos e máximos para produtos idênticos –que chegam a alcançar oito vezes, segundo estudos da Indicator. Para a Avon, uma das campeãs em número de novos produtos no mercado brasileiro, a transição da moeda não atrapalhou sua programação. "Estamos preparando quatro grandes lançamentos globais na área de cosméticos neste segundo semestre", diz Paulo Volterrini, diretor de marketing. A empresa investe US$ 7,5 milhões em publicidade para alavancar vendas por telemarketing. É curioso notar que a queda no volume de lançamentos do primeiro semestre poderia ser ainda maior, não fosse a Copa. Texto Anterior: FEIJÃO 1 Próximo Texto: Fixar o preço errado é fatal Índice |
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