São Paulo, quarta-feira, 3 de agosto de 1994
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Doença ronda usuário de computador

MARINA MORAES
ESPECIAL PARA A FOLHA, DE NOVA YORK

Cheque as emissões eletromagnéticas, confira o design ergonômico e não deixe de incluir entre os acessórios um apoio para a região lombar.
Pobre de quem compra computador. Não bastassem as especificações técnicas sobre as quais tem que aprender –quantos mega? e o RAM? qual a velocidade do modem?–, agora o consumidor de informática está sendo convocado a se educar sobre um novo assunto antes de ir para a loja atrás de sua engenhoca: como evitar as doenças causadas pelo computador.
Naturalmente que em torno dessa campanha, além dos bem-intencionados, se reúnem aqueles que têm dinheiro a faturar explorando a neura dos infomaníacos: os fabricantes dos acessórios que prometem eliminar os riscos.
Se você é daqueles que usam o computador só eventualmente, relaxe. É pouco provável que vá sentir um dia o sintoma de qualquer uma das doenças.
O problema é sério para gente que passa várias horas por dia diante do teclado, o que é cada vez mais comum em bancos, escritórios, repartições públicas e, obviamente, nos centros de processamento de dados.
Esses correm o risco de sentir dores nas mãos, nos punhos, no pescoço, nas costas, na coluna, problemas nos olhos e, em casos mais graves, sofrerem do que os americanos batizaram de CTS (carpal tunnel syndrome), uma doença que em estado adiantado pode impedir que as mãos sustentem qualquer peso.
Curiosamente, quanto mais os novos programas e redes "facilitam" a vida dos informatizados, maior a tendência deles de ficarem grudados no computador.
Hoje em dia, qualquer americano medianamente equipado pode fazer diante do teclado tarefas que antes exigiam que ele tirasse o bumbum da cadeira: mandar e receber fax e mensagens eletrônicas, reservar passagens aéreas, controlar a conta bancária, acessar bancos de dados e dezenas de outros serviços.
Por isso, as doenças relacionadas ao computador ganham notoriedade. Todas elas são resultado de tarefas repetidas milhares de vezes por dia e de uma combinação de equipamento inadequado com falta de educação do usuário.
Os médicos destacam que aprender a postura certa poderia eliminar grande parte dos problemas. Eles estimam, por exemplo, que a síndrome carpal aparece depois de cinco anos de uso intenso do teclado com os pulsos numa posição incorreta.
Já existe fábrica de computador e acessórios acrescentando o termo "ergonômico" na propaganda –é o caso dos teclados que deixam espaço para o descanso dos punhos.
Com preços que podem chegar a US$ 700 por unidade, fábricas de cadeiras ergonômicas estão faturando alto com executivos que passam o dia –e às vezes a noite– diante do computador.
Um guia distribuido recentemente durante a feira de informática de Nova York incluiu seis dicas que os especialistas consideram fundamentais para quem quer evitar problemas causados direta ou indiretamente pelo computador. Conheça a seguir algumas recomendações.
. Usar um apoio que mantenha os pulsos na altura ou acima do teclado.
. Levantar da cadeira e dar uma volta pelo escritório pelo menos cinco minutos a cada hora, para relaxar.
. Manter o monitor a pelo menos meio metro do rosto, a fim de reduzir as emissões eletromagnéticas que causam dores de cabeça e nos olhos.
. Escrever mantendo o cotovelo em um ângulo de 90 graus, com o braço paralelo ao solo.
. Se você precisa ficar horas a fio diante do computador, fique em pé sempre que puder.

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