São Paulo, quinta-feira, 4 de agosto de 1994
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General diz que Quércia sonegou imposto e enriqueceu ilicitamente

EDNA DANTAS
ENVIADA ESPECIAL A MENDES (RJ)

O general reformado Luiz Serff Sellmann, 80, afirmou ontem, em depoimento à Justiça, que a extinta CGI (Comissão Geral de Investigação) concluiu em processo de 74 que o ex-governador Orestes Quércia sonegou Imposto de Renda e enriqueceu ilicitamente.
Quércia é candidato à Presidência da República pelo PMDB.
"Foram constatadas irregularidades relativas ao Imposto de Renda bem como patrimônio incompatível com os ganhos do então senador", disse Sellmann, ex-vice-presidente da comissão, criada durante o regime militar.
Em suas declarações ao juiz Valmar Gama de Amorim, no Fórum de Mendes (a 98 Km do Rio), Sellmann disse acreditar que a "retenção do processo foi motivada por interesses políticos".
Ele depôs no processo por difamação movido por Orestes Quércia contra o diretor responsável do "Jornal da Tarde", Ruy Mesquita.
Em entrevista após o depoimento, Sellmann afirmou que a CGI propôs o sequestro dos bens e a cassação de Quércia.
"O processo ficou em mãos da Presidência da República. Era atitude do presidente da República (Ernesto Geisel) receber o documento e realizar o confisco".
Em sua opinião, ao deixar de confiscar os bens do então senador, o presidente Geisel violou o decreto-lei 64.603 de março de 69.
"A parte de sonegação fiscal, ele (Quércia) pagou com juros e correção monetária, procurando se livrar. Durante dez anos ele refez toda sua vida (67 a 77) perante o Imposto de Renda. Mas nem assim ele podia convencer a CGI que não tinha havido enriquecimento ilícito", disse.

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