São Paulo, quarta-feira, de dezembro de
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"Sexo de proveta" gera superbactéria

RICARDO BONALUME NETO
ESPECIAL PARA A FOLHA

"Sexo de proveta" gera superbactéria
Micróbio resistente a antibiótico evolui em laboratório
Um cientista holandês produziu uma superbactéria utilizando um método que pode ser descrito como "sexo de proveta".
A bactéria "evoluiu" no tubo de ensaio de acordo com o princípio da seleção natural descrito por Charles Darwin. Foram sobrevivendo as bactérias mais aptas a resistir a antibióticos.
O resultado foi uma linhagem 32 mil vezes mais resistente a antibióticos do que o normal. Se um bicho desses escapa, pode causar epidemias graves.
"Nós estamos conscientes da percepção pública do nosso trabalho e preocupados com os riscos. Por isso paramos com o trabalho com genes que aumentam a resistência", disse à Folha o pesquisador Willem P. C. Stemmer, por telefone, de seu laboratório no Instituto Affymax, Califórnia (EUA).
O objetivo da pesquisa é aperfeiçoar proteínas que atuem como anticorpos ou para uso industrial.
Genes são as unidades do código genético, a "fórmula hereditária dos seres vivos". Stemmer partiu de um gene que concede resistência a bactérias da espécie Escherichia coli.
O lado "sexual" consiste em uma adaptação da técnica PCR (Reação em Cadeia de Polimerase), que reproduz uma pequena quantidade de material genético inúmeras vezes.
A novidade da PCR sexual é a recombinação de material genético. Os genes são fragmentados ao acaso e replicados com a PCR em várias sequências. Essa recombinação do material genético "é a essência da sexualidade", disse outro cientista, George Smith, comentando o trabalho do holandês.
A pesquisa de Stemmer está descrita hoje na revista científica britânica "Nature".

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