São Paulo, quinta-feira, 4 de agosto de 1994
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Dólar comercial cai para R$ 0,911 na venda

RODNEY VERGILI
DA REDAÇÃO

As instituições financeiras estão tentando fazer caixa, vendendo dólar e aplicando parte dos recursos próprios (tesouraria) nas Bolsas de Valores.
Isso explica o crescimento no volume de negócios nas Bolsas e também a queda nas cotações do dólar.
Ontem, a cotação do dólar comercial para venda caiu para R$ 0,911 para venda, contra R$ 0,92 no dia anterior.
Os bancos iniciaram o Plano Real "zerados" em dólar, ou seja, não tinham a moeda norte-americana em carteira.
O Banco Central deixou de comprar dólar desde o início de julho. Os bancos assumiram o papel de comprar a moeda norte-americana dos exportadores. O saldo do fechamento de câmbio acumulado desde julho é, no momento, de US$ 400 milhões, ou seja, sobram dólares no mercado financeiro.
Os volumes de negócios nas Bolsas de Valores estão crescendo. Os índices de preços do mercado acionário também estão em alta.
O presidente da Bovespa) Bolsa de Valores de São Paulo, Alvaro Augusto Vidigal, diz que os investidores estrangeiros estão bastante ativos e refletem o desempenho positivo do Plano Real e a queda gradual dos juros.
Os investidores externos movimentaram 24,6% (R$ 1,8 bilhão) dos recursos girados na Bovespa no mês passado.
As ordens de compra dos investidores estrangeiros totalizaram em julho R$ 900,5 milhões e as de venda R$ 944,1 milhões.
Os negócios no mercado aberto estão travados. O Banco Central manteve a taxa do over de 5,52% ao mês. Há instituições que trabalham com a hipótese de que os juros permanecerão no mesmo patamar hoje.
Para este mês, o Banco Central está trabalhando com a expectativa de que a taxa acumulada fique em 4,3%, mas os reajustes dos juros vão depender dos índices inflacionários.

JUROS
Curto prazo
Os cinco maiores fundões registravam rentabilidade diária de 0,136% no último dia 1º. As taxas do over variaram entre 5,52% e 5,56% ao mês, contra a taxa média do over de 5,52% ao mês no dia anterior. No mercado de Certificados de Depósito Interbancário (CDIs), as taxas variaram entre 5,48% e 5,78% ao mês, contra a taxa média de 5,52% ao mês no dia anterior.

CDB e caderneta
As cadernetas rendem 5,9272% no dia 4. As taxas dos CDBs de 153 dias indexados à Taxa Referencial variaram entre 12% e 18% ao ano. As taxas dos CDBs prefixados para 30 dias variaram entre 18% e 49,5% ao ano.

Empréstimos
Empréstimos por um dia ("hot money") contratados ontem: as taxas variaram entre 5,58% e 5,80% ao mês, contra a taxa média de 5,87% ao mês no dia anterior. Para 30 dias (capital de giro): as taxas variaram entre 48% e 56% ao ano, contra 49% e 56,5% ao ano no dia anterior.

No exterior
Prime rate: 7,25%. Libor: 5,1250%.

AÇÕES
Bolsas
São Paulo: o índice fechou a 43.921 pontos com alta de 1,8% e volume financeiro de R$ 288,38 milhões, contra R$ 218,71 milhões no pregão anterior. Rio: valorização de 2,1% (I-Senn), fechando com 16.964 pontos e volume financeiro de R$ 32,774 milhões, contra R$ 23,153 milhões no pregão anterior.

Bolsas no exterior
O índice Dow Jones da Bolsa de Nova York fechou a 3.792,66 pontos, contra 3.796,22 pontos no pregão anterior. O índice Financial Times em Londres fechou a 2.463,40 pontos, contra 2.456,10 no pregão anterior. Em Tóquio, o índice Nikkei fechou com 20.632,73 pontos, contra 21.552,81 pontos no pregão anterior.

DÓLAR E OURO
Dólar comercial (exportações e importações): R$ 0,909 (compra) e R$ 0,911 (venda). No dia anterior, segundo o Banco Central, o dólar comercial fechou a R$ 0,918 (compra) e R$ 0,920 (venda). "Black": R$ 0,89 (compra) e R$ 0,91 (venda). "Black" cabo: R$ 0,91 (compra) e R$ 0,92 (venda). Dólar-turismo: R$ 0,90 (compra) e R$ 0,92 (venda), segundo o Banco do Brasil.
Ouro: queda de 1,61%, fechando a R$ 10,970 o grama na BM&F, movimentando 2,11 toneladas, contra 1,24 tonelada no dia anterior.

No exterior
Segundo a agência "UPI", em Londres a libra foi cotada ontem a US$ 1,5385, contra US$ 1,5383 no dia anterior. Em Frankfurt, o dólar foi cotado a 1,5798 marco alemão, contra 1,5815 no dia anterior. Em Tóquio, o dólar foi cotado a 100,33 ienes, contra 99,51 no dia anterior. A onça-troy (31,104 gramas) de ouro na Bolsa de Nova York fechou a US$ 377,30, contra US$ 378,40 no dia anterior.

FUTUROS
No mercado de DI (Depósito Interfinanceiro) da BM&F, a projeção de juros para agosto fechou a 3,60% ao mês, a 3,01% para setembro e a 2,93% para outubro.
No mercado futuro de dólar, a cotação foi de R$ 0,935 para 31 de agosto, R$ 0,948 para 30 de setembro e R$ 0,963 para 31 de outubro e R$ 0,977 para 30 de novembro.

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