São Paulo, quinta-feira, 4 de agosto de 1994
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Citibank lança título no exterior e capta US$ 60 mi

CARLOS ALBERTO SARDENBERG
DA REPORTAGEM LOCAL

Depois de cinco meses sem colocações de papéis brasileiros no exterior, o Citibank vendeu ontem US$ 60 milhões em eurobônus para investidores europeus e norte-americanos.
Esse dinheiro será emprestado a clientes brasileiros do Citibank, que desejam financiamento de longo prazo indexado ao dólar. A operação foi feita pelo Citi brasileiro.
O diretor-adjunto de Finanças Corporativas do Citi, Alfred D'Angoor, acredita que a operação indica a reabertura do mercado internacional para o Brasil.
O mercado esteve fechado nos últimos cinco meses por uma combinação de fatores econômicos e políticos. No primeiro caso, trata-se da alta de juros nos EUA e da desvalorização de papéis latino-americanos.
Isso atrapalhou os negócios de fundos que tomavam dólar nos EUA para aplicar na América Latina. Essas operações passaram a dar prejuízo.
O fator político, no caso brasileiro, foi a incerteza provocada pelas eleições gerais de outubro próximo. A liderança de Luiz Inácio Lula da Silva e a falta de conhecimento do candidato do PT assustaram investidores.
A siruação agora é diferente. Não apenas pelo crescimento da candidatura de Fernando Henrique Cardoso, mas pela perda ou redução do medo em relação a Lula.
Segundo Alfred D'Angoor, o mercado não acredita que, mesmo com Lula presidente, o governo decrete moratória.
Melhorando a cotação dos papéis brasileiros e dado o relativo sucesso do Plano Real, os investidores estrangeiros abriram-se para o Brasil, mas ainda cautelosamente, comenta D'Angoor.
O Citibank vai pagar aos compradores de seus papéis a taxa de juros Libor (taxa padrão em Londres, que está em 5,18% ao ano) mais 3,5%, por conta do chamado "risco Brasil". A taxa é repactuada a cada seis meses.

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